terça-feira, 30 de junho de 2009

Relatórios Recebidos!

Relatório do 4º encontro do GESTAR II de Língua Portuguesa, TP3 unidade 12, realizado em 29 de maio de 2009, no prédio do IBAMA, no município de Tamandaré-PE, formadora Gênair Vitor Silva de Ataide


Iniciamos o encontro distribuindo a pauta em seguida fizemos um momento reflexivo sobre as estratégias de leituras que consta nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa na p. 69. Retornamos as sequências tipológicas: Descritivas, narrativas, injuntivas, dissertativas e preditivas. Fizemos um breve comentário sobre o texto dissertativo e suas subclassificações expositivas e argumentativas, logo após apresentamos o jornal Mulher, do Sindicato dos Profissionais em Educação (SINTEPE) para identificarmos os gêneros textuais com suas sequências tipológicas, essa atividade foi realizada em grupo com apresentação dos professores cursistas. Dando continuidade lemos o texto: Cão atividade 12 do TP3 p.117 para identificarmos o tema do texto e as exposições de ideias, logo após fizemos uma grande discussão sobre as características da tipologia dissertativa, lemos as informações da p. 121, logo em seguida expomos para os cursistas o relacionamento entre gênero e tipo e afirmamos que se torna impossível separá-los. Voltamos a pauta os nossos objetivos: Relacionar sequências tipológicas à classificação de gênero; analisar sequências tipológicas em gêneros textuais; Reconhecer a transposição de um formato de gênero textual para outro. Continuando o encontro esclarecemos aos cursistas sobre a flexibilidade e a rigidez dos gêneros, passamos para a atividade um da inter relação entre gêneros e tipos textuais. Essa atividade foi realizada em grupos baseada nos textos de Carlos Drummond de Andrade, Cidadezinha Qualquer e Quadrilha, sugerimos aos cursistas que levassem para sala de aula e trabalhasse com os alunos abordando também a parte gramatical principalmente período composto por subordinação. Em seguida analisamos o gênero textual: Carta e identificamos as sequências tipológicas. Essa atividade foi realizada em círculo, prosseguindo os estudos passamos para a atividade seis p.159, lemos os dois textos, identificamos os gêneros textuais, o tema abordado discutiu sobre a linguagem e identificamos a informalidades presentes nos textos e em seguida respondemos a atividade, por ultimo abordamos a intertextualidade entre os gêneros textuais, pedimos aos professores que observasse o texto publicitário da p. 166 e logo realizamos a discussão a respeito dos gêneros que são propícios para a intextualidade que é o caso dos textos publicitários.

Relatórios Recebidos!


Relatório do 3º encontro do GESTAR II de Língua Portuguesa, TP3 unidade 11, no município de Tamandaré-PE


Iniciamos o encontro distribuindo a pauta e dando as boas vindas aos professores cursistas, depois lemos o pensamento de Rubens Alves Educar é ensina a pensar fizemos uma reflexão sobre essa frase, para muitos professores do grupo a maioria dos alunos não gostam de pensar, por isso torna-se o nosso trabalho difícil e desgastante. Em seguida fizemos a socialização das lições de casa, onde os professores cursistas relataram sobre a aplicabilidade das atividades propostas pelo GESTAR II realizada na sala de aula. Ouvimos individualmente cada professor e registramos os avanços, obstáculos e sugerimos atividades para facilitar a aprendizagem dos alunos. A maioria dos professores cursistas realizarem atividade com gênero textual biografia incentivando seus alunos a observarem e lerem a biografia de Carlos Drummond de Andrade, em seguida mostrou-lhes outras biografias que tem no livro adotado e usado pela escola, logo após o professor escreveu na lousa sua própria biografia, chamando a atenção dos alunos para os verbos que deveriam estar na terceira pessoa e no tempo passado, depois pediu que eles escrevessem sua própria biografia ou de uma pessoa, muitos realizaram a atividade em grupo outros realizaram a atividade individual e outros professores relataram que seus alunos ficaram muito curiosos, perguntando: “só existe biografia de pessoas famosas?” “pode-se contar algum segredo nesse texto”? “esse texto deve ser escrito sempre em prosa?”. Aproximadamente 90℅ dos professores tiveram resultados satisfatórios. Apenas 10℅ precisaram refazer as atividades, propondo-lhes novas transposições didáticas, muitos alunos escreveram o texto na primeira pessoa, logo os professores precisaram trabalhar foco narrativo e sequência temporal, muitos cursistas relataram que arrumaram a sala em círculos para facilitar a aprendizagem dos alunos, outros aproveitaram os textos produzidos pelos alunos para trabalharem verbo. Em geral os professores cursistas afirmaram que precisam modificar seus planejamentos para inserir outros conteúdos relativos a gêneros textuais, a professora Vera trabalhou fábulas com seus alunos da modalidade EJA ela fez a motivação da leitura explorou as gravuras, realizou provocações e constatou que alguns alunos têm dificuldades de compreensão. Nós sugerimos que trabalhassem constantemente leitura com seus alunos, ela finalizou o trabalho com uma produção de uma fábula. A professora Vandercleide trabalhou o gênero literário música da linguagem oral, fez sua transposição didática, usando a estratégia de antecipação do tema, para deixar os alunos curiosos, leu dados sobre o autor, leitura da música, cântico da música, pesquisa no verbete no dicionário e finalizou com a interpretação do texto escrito. De forma geral os professores afirmam que o curso GESTAR II está ajudando a melhorar sua prática pedagógica em sala de aula. A seguir o relatório da professora cursista da Escola Luiz Bezerra de Mello e amostragem das atividades dos alunos.



Relatório do 3º encontro do GESTAR II de Língua Portuguesa, TP3 unidade 11, no município de Tamandaré-PE


Iniciamos o encontro distribuindo a pauta e dando as boas vindas aos professores cursistas, depois lemos o pensamento de Rubens Alves Educar é ensina a pensar fizemos uma reflexão sobre essa frase, para muitos professores do grupo a maioria dos alunos não gostam de pensar, por isso torna-se o nosso trabalho difícil e desgastante. Em seguida fizemos a socialização das lições de casa, onde os professores cursistas relataram sobre a aplicabilidade das atividades propostas pelo GESTAR II realizada na sala de aula. Ouvimos individualmente cada professor e registramos os avanços, obstáculos e sugerimos atividades para facilitar a aprendizagem dos alunos. A maioria dos professores cursistas realizarem atividade com gênero textual biografia incentivando seus alunos a observarem e lerem a biografia de Carlos Drummond de Andrade, em seguida mostrou-lhes outras biografias que tem no livro adotado e usado pela escola, logo após o professor escreveu na lousa sua própria biografia, chamando a atenção dos alunos para os verbos que deveriam estar na terceira pessoa e no tempo passado, depois pediu que eles escrevessem sua própria biografia ou de uma pessoa, muitos realizaram a atividade em grupo outros realizaram a atividade individual e outros professores relataram que seus alunos ficaram muito curiosos, perguntando: “só existe biografia de pessoas famosas?” “pode-se contar algum segredo nesse texto”? “esse texto deve ser escrito sempre em prosa?”. Aproximadamente 90℅ dos professores tiveram resultados satisfatórios. Apenas 10℅ precisaram refazer as atividades, propondo-lhes novas transposições didáticas, muitos alunos escreveram o texto na primeira pessoa, logo os professores precisaram trabalhar foco narrativo e sequência temporal, muitos cursistas relataram que arrumaram a sala em círculos para facilitar a aprendizagem dos alunos, outros aproveitaram os textos produzidos pelos alunos para trabalharem verbo. Em geral os professores cursistas afirmaram que precisam modificar seus planejamentos para inserir outros conteúdos relativos a gêneros textuais, a professora Vera trabalhou fábulas com seus alunos da modalidade EJA ela fez a motivação da leitura explorou as gravuras, realizou provocações e constatou que alguns alunos têm dificuldades de compreensão. Nós sugerimos que trabalhassem constantemente leitura com seus alunos, ela finalizou o trabalho com uma produção de uma fábula. A professora Vandercleide trabalhou o gênero literário música da linguagem oral, fez sua transposição didática, usando a estratégia de antecipação do tema, para deixar os alunos curiosos, leu dados sobre o autor, leitura da música, cântico da música, pesquisa no verbete no dicionário e finalizou com a interpretação do texto escrito. De forma geral os professores afirmam que o curso GESTAR II está ajudando a melhorar sua prática pedagógica em sala de aula. A seguir o relatório da professora cursista da Escola Luiz Bezerra de Mello e amostragem das atividades dos alunos.


Relatório do 3º encontro do GESTAR II de Língua Portuguesa, TP3 unidade 11, no município de Tamandaré-PE


Iniciamos o encontro distribuindo a pauta e dando as boas vindas aos professores cursistas, depois lemos o pensamento de Rubens Alves Educar é ensina a pensar fizemos uma reflexão sobre essa frase, para muitos professores do grupo a maioria dos alunos não gostam de pensar, por isso torna-se o nosso trabalho difícil e desgastante. Em seguida fizemos a socialização das lições de casa, onde os professores cursistas relataram sobre a aplicabilidade das atividades propostas pelo GESTAR II realizada na sala de aula. Ouvimos individualmente cada professor e registramos os avanços, obstáculos e sugerimos atividades para facilitar a aprendizagem dos alunos. A maioria dos professores cursistas realizarem atividade com gênero textual biografia incentivando seus alunos a observarem e lerem a biografia de Carlos Drummond de Andrade, em seguida mostrou-lhes outras biografias que tem no livro adotado e usado pela escola, logo após o professor escreveu na lousa sua própria biografia, chamando a atenção dos alunos para os verbos que deveriam estar na terceira pessoa e no tempo passado, depois pediu que eles escrevessem sua própria biografia ou de uma pessoa, muitos realizaram a atividade em grupo outros realizaram a atividade individual e outros professores relataram que seus alunos ficaram muito curiosos, perguntando: “só existe biografia de pessoas famosas?” “pode-se contar algum segredo nesse texto”? “esse texto deve ser escrito sempre em prosa?”. Aproximadamente 90℅ dos professores tiveram resultados satisfatórios. Apenas 10℅ precisaram refazer as atividades, propondo-lhes novas transposições didáticas, muitos alunos escreveram o texto na primeira pessoa, logo os professores precisaram trabalhar foco narrativo e sequência temporal, muitos cursistas relataram que arrumaram a sala em círculos para facilitar a aprendizagem dos alunos, outros aproveitaram os textos produzidos pelos alunos para trabalharem verbo. Em geral os professores cursistas afirmaram que precisam modificar seus planejamentos para inserir outros conteúdos relativos a gêneros textuais, a professora Vera trabalhou fábulas com seus alunos da modalidade EJA ela fez a motivação da leitura explorou as gravuras, realizou provocações e constatou que alguns alunos têm dificuldades de compreensão. Nós sugerimos que trabalhassem constantemente leitura com seus alunos, ela finalizou o trabalho com uma produção de uma fábula. A professora Vandercleide trabalhou o gênero literário música da linguagem oral, fez sua transposição didática, usando a estratégia de antecipação do tema, para deixar os alunos curiosos, leu dados sobre o autor, leitura da música, cântico da música, pesquisa no verbete no dicionário e finalizou com a interpretação do texto escrito. De forma geral os professores afirmam que o curso GESTAR II está ajudando a melhorar sua prática pedagógica em sala de aula. A seguir o relatório da professora cursista da Escola Luiz Bezerra de Mello e amostragem das atividades dos alunos.

Relatórios Recebidos!

Relatório do 2º encontro do GESTAR II de Língua Portuguesa, TP3 unidade 10, realizado em 05 de maio de 2009, no prédio do IBAMA, no município de Tamandaré-PE, formadora Gênair Vitor Silva de Ataide

Iniciamos o nosso encontro distribuindo a pauta para os professores cursistas em seguida fizemos uma reflexão sobre leitura. O trecho foi retirado dos Parâmetros Curriculares Nacionais p. 69, após a discussão dos professores foi abordado o tema do encontro: Trabalhando com gêneros textuais onde realizamos uma leitura compartilhada da carta da professora Maria Luiza Monteiro Sales Coroa, a cada parágrafo que um professor lia parávamos e discutíamos, vimos que os gêneros e os tipos textuais já vinham há algum tempo sendo discutidos. A implantação dos Parâmetros Curriculares Nacionais trouxe essa preocupação para o ensino básico. Isso porque os parâmetros propõem o texto como unidade básica do trabalho com o ensino de Língua Portuguesa e os gêneros não se desvinculam dos textos. Apresentamos os nossos objetivos do encontro: Distinguir as características do gênero literário e do gênero não literário; caracterizar gênero poético de acordo com a função estética da linguagem; caracterizar uma das formas de realização do gênero poético: O cordel. Em seguida a professora leu o poema: José, de Carlos Drummond de Andrade, pois realizamos uma grande discussão privilegiando a estrutura poética dos poemas. Dando continuidade lemos o texto: Lavadeiras de Moçoró e comparamos com o texto de Drummond, sabendo-se que ambos são literários. Ainda foi distribuído para os cursistas material de apoio sobre contos, crônicas, romance, novelas para facilitar o trabalho com a estrutura textual; nesse momento abordamos sobre suporte, demos vários exemplos e pedimos aos professores que trabalhem em sala de aula esse assunto, porque será exigido na prova Brasil dos alunos da 8ª série. Dando continuidade dividimos a turma em dois grupos, um dos grupos trabalhou o texto: O operário em construção de Vinícius de Moraes e outro trabalharam o texto: Construção de Chico Buarque. Além das atividades propostas pelo TP3, os professores fizeram inferências, comparações e sugeriram atividades a fim de que pudéssemos trabalhar com os alunos e por ultimo estudamos a subclassificação do gênero poético: O cordel, tipicamente da nossa região do nosso estado onde alguns professores têm afinidade de trabalhar com esse gênero, em grupo lemos o texto: Justiça do Trabalho – Uma Justiça Popular de Antônio Klévisson Viana. Discutimos a facilidade que esse gênero traz para se trabalhar com textos poéticos abordando temas locais, regionais e nacionais. Realizamos oficinas em grupos com gênero: Cordel. Finalizando o encontro foi passada a lição de casa: TP3 p. 185.

Relatórios Recebidos!

1º encontro do GESTAR II de Língua Portuguesa, TP3 Unidade 9, realizado em 28 de abril de 2009, no prédio do IBAMA, no município de Tamandaré-PE, formadora Gênair Vitor Silva de Ataide

Iniciamos as atividades com a presença da diretora de ensino, dando as boas vindas e incentivando os professores cursistas, falou sobre a importância do curso na prática pedagógica do professor para uma melhor transposição didática e fez menção ao resultado do IDEB do município. Depois apresentamos a pauta das atividades e distribuímos os kits, logo fizemos um breve comentário sobre a estrutura da obra dando ênfase ao guia geral que é o nosso contrato didático. Iniciamos os estudos pelo TP3, onde abordamos o tema: Gêneros textuais do intuitivo aos sistematizado, no qual comentamos sofre os gêneros textuais como e por que devemos trabalhar em sala de aula, realizamos uma discussão afirmando que eles foram citados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. Daí todo professor deve trabalhar em suas aulas, porque não falamos ou escrevemos palavras soltas, nós nos comunicamos por texto, por isso a grande necessidade de se trabalhar os gêneros textuais na escola. Em seguida lemos a carta da professora Maria Luiza Monteiro Sales Coroa. Após a leitura surgiram vários comentários sobre os gêneros textuais e como à escola cabe aproveitar esse conhecimento intuitivo sistematizar e tornar consciente o uso dos diferentes gêneros textuais com os quais convivemos nos diversos níveis das nossas práticas sociais. Em seguida mostramos para os cursistas cinco figuras para leitura de imagem, afim de que eles descobrissem o tema do texto, após esse momento discutimos sobre o que é texto logo lemos e mostramos três textos de gêneros diferentes. Em seguida fizemos estudos em grupos com discussão sobre os conhecimentos prévios de leitura que deverão ser explorados pelo professor para facilitar na compreensão do texto. Ainda em grupo realizamos oficinas sobre as competências sóciocomunicativas, os professores divididos em grupos produziram com o mesmo tema diversos gêneros textuais, logo após apresentaram para o grande grupo. Ao final desse momento discutimos sobre a finalidade e uso dos gêneros na sociedade, bem como o surgimento e desaparecimento deles, dependendo do fator social e cultural. Prosseguindo o encontro estudamos a classificação dos gêneros textuais, vimos que um tema pode se apresentar em mais de um gênero logo realizamos a ultima oficina do encontro transformando um gênero em outro gênero diferente. Finalizamos o encontro solicitando aos professores cursistas que lessem o texto: gêneros textuais: definição e funcionalidade do professor Luiz Antônio Marcurchi e elaborassem uma síntese que irá fazer parte do portifólio.

Relatórios Recebidos!

Relatório da aula introdutória do GESTAR II de Língua Portuguesa, realizada em 10 de março de 2009, no salão da Secretaria de Educação no município de Tamandaré-PE formadora Gênair Vitor Silva de Ataide

O encontro teve início às 14 horas com a presença dos professores de Língua Portuguesa e de Matemática da rede municipal de ensino; os coordenadores das escolas municipais, pessoal da equipe técnica pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, os diretores das escolas, as formadoras do GESTAR II, e a coordenadora da formação continuada em serviço. A abertura do encontro foi feita pela Senhora Secretária de Educação do Município Dona Fernanda Moraes onde falou da importância da formação para os profissionais de educação das áreas de Língua Portuguesa e Matemática, do termo de adesão do município e ressaltou o resultado do IDEB conscientizando todos para a melhoria do ensino aprendizagem do nosso município disse ainda que o município irá oferecer transportes para os professores do distrito e os diretores iria organizar os horários a fim de que todos pudessem participar da formação continuada em serviço. Nessa ocasião afirmou que o curso iria funcionar uma vez por semana com quatro horas de duração, em seguida apresentou a equipe do GESTAR II e passou a palavra para mim. Fiz uso da palavra cumprimentando a todos e chamando a atenção dos colegas para a formação continuada em serviço dizendo que seria uma grande oportunidade de nós atualizarmos nossos conhecimentos para que pudéssemos melhorar a qualidade do ensino oferecido pelo município e consequentemente melhorar o IDEB, que os cursos em serviço já estavam previsto desde os Parâmetros Curriculares Nacionais e que gostaria de contar com a sensibilidade de todos nesse novo desafio. Através do data show mostrei a caracterização do GESTAR II dizendo que é um programa de formação continuada semipresencial orientado para a formação de professores de Língua Portuguesa e Matemática, objetivando a melhoria do processo de ensino aprendizagem. O fogo do programa é a atualização dos saberes profissionais por meio de subsídios e do acompanhamento da ação do professor no próprio local de trabalho e tem como base os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa e Matemática dos alunos de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental; a finalidade do programa é elevar a competência dos professores e de seus alunos e, consequentemente, melhorar a capacidade de compreensão e intervenção sobre a realidade sociocultural. Falamos da modalidade do programa que é semipresencial no qual os encontros presenciais para realização de atividades como: Troca de experiências e reflexão individual e em grupos; esclarecimentos de dúvidas e questionamentos; planejamento e elaboração de situações didáticas, analise crítica da prática em sala de aula e de atividades dos alunos, abordei também as ações integrantes do GESTAR II, são: Formação continuada em serviço para professores e formadores dentro das ações estão atividades individuais a distância para os professores cursistas, kit que é o material para os estudos teóricos e práticos; oficinas coletivas, plantão pedagógico e o acompanhamento pedagógico que essa atividade deve incluir a participação do observador, se requisitado pelo professor. Portanto não teve ser uma observação passiva, mas sim ativa e interativa, na qual o observador apoia o professor, citei também o sistema de avaliação do GESTAR II, para os alunos, diagnóstica e para os professores seria formativa, abordei também os fundamentos da proposta pedagógica do GESTAR II que tem consonância com a proposta pedagógica local, como: Ensino aprendizagem; relação professor-aluno; papel do professor; sala de aula: Espaço educativo; avaliação; concepção de competência; relação entre comunidade e escola no papel educacional e finalmente apresentei o objetivo geral e as competências do GESTAR II nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática. Facultei a palavra, a representante dos professores indagou sobre o corpo teórico que compõe o curso. Citei: Marcuschi, Magda Soares, Koch, Bakhtin entre outros. Citei também os direitos e deveres dos cursistas para certificação. Nesse dia foi realizado as inscrições dos professores e eu distribui o texto para elaboração do memorial. Os professores presentes assinaram a ata de presença que se encontra arquivados na Secretaria Municipal de Educação.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

MEMORIAL

Entre o sono e o sonho/entre mim e o que em mim é o que eu me suponho/
corre um rio sem fim.” (Fernando Pessoa)


As leituras que tenho feito ao longo do caminho é que me possibilitam a escritura desse texto. Quantas vezes temos que nos reportar aos livros para sustentar nosso dizer e nosso fazer como educadores?
Falar de minhas experiências com a leitura é falar de amor e de muita dor. É tocar o dedo nas feridas.
Como começar?
Começo do fim?
Não é melhor começar pelo início. Ao final vejo como amarro esse tecido textual com o tecido da minha vida. Ambos se confundem, enlaçam fios e cores numa tessitura única. Porque assim é cada vida. Assim é cada ser.
Eu fui atrás das letras. Segui uma trilha solitária.
E as encontrei. Elas sorriram para mim e jamais me abandonaram.
Foi por volta dos meus 4 ou 5 anos. Minhas irmãs iam para a escola e eu as acompanhava de longe. Se me vissem não me deixariam ir. A escola era uma casa. A professora era a dona da casa. Aprendera a ler e ensinava as crianças dela e as crianças das fazendas vizinhas. Eu ficava do lado de fora. Tudo que a professora falava lá dentro eu repetia baixinho: ma-ta, ta-tu... O quadro negro era feito de tábuas. Ela copiava lá e eu escrevia no chão duro, de terra batida, com um pedaço de pau. Lembro-me do dia que aprendi o R maiúsculo. O R de Rosa.
Primeira leitura foi em uma lata que minha mãe guardava polvilho. Eu li: “Óleo de amendoim”.Guardei segredo.
Guardar segredo desse momento mágico! Por quê?
É que certo dia estava no quarto folheando os livros de minhas irmãs, as cartilhas, e uma delas viu e saiu correndo e gritando meu pai. Levei uma surra. Estava proibida de mexer nos objetos de escola delas. Objetos de desejo. Como eu os desejava! Chorei muito e não dormi à noite. Eu só queria ver! Pegava escondidos pedaços de jornais e de revistas que vinham embrulhando as compras e levava para o milharal. E lá eu lia. Lia em voz alta, gesticulava. Apontava as montanhas, o céu.
Nessa época morávamos no alto da serra. Alto-Porã, município de Pedregulho, no Estado de São Paulo. Lá do alto avistava o Rio Grande e as montanhas que ficavam do outro lado do rio. Uma paisagem magnífica que jamais saiu de meus olhos e de minha alma.
Corria o ano de 1963, estava com 7 anos, quando atravessamos a ponte. Fomos morar em Uberaba, Minas Gerais. Seis meses depois de nossa mudança papai faleceu.
Fui morar com uma família. Fazia pequenos serviços domésticos em troca de comida, roupa, calçados. Em 1966, estava eu com 10 anos, quando me matricularam no Grupo Escolar.
Já no primeiro dia de aula, a professora nos deu uma cartilha. Novinha. Estava encapada com papel pardo. E eu li. Li em voz alta como se estivesse lendo para o cafezal em flor, para as montanhas. Ignorei a presença da professora, dos alunos. Finalmente eu estava na escola e tinha nas mãos uma cartilha. Foi o dia mais feliz da minha infância.
Quando acabei de ler a professora levou-me para o primeiro ano “adiantado”.
Ao final de cada ano eu ganhava um presente por ser a primeira aluna da sala. Lembro-me apenas de um que ganhei na segunda série: Um livro que veio com dedicatória da professora Áurea Celeste. “A Cabana do Pai Tomaz”. Era a triste história de um escravo em fuga.
Outra lembrança de leitura que me marcou deu-se no quarto ano. Toda sexta-feira, depois do recreio, a professora entrava na sala com um enorme livro vermelho, de capa dura, e lia uma história para nós. Rapunzel, João e o pé de feijão, A bonequinha preta... A voz suave da professora ecoava pela sala e ficou guardada para sempre em minha memória.
Concluí o ensino primário no final de 1969 com direito à solenidades de formatura. Missa, entrega de certificados e discursos políticos.
Fui oradora da turma. No meu texto fiz um breve relato sobre meu ingresso no mundo dos letrados. Lembro-me de que muito dos presentes choraram. Eu estava feliz. Só isso.
Neste momento, a lembrança desse dia dói em minha alma. Aos 13 anos, eu lia as palavras, mas não aprendera ainda a ler a vida.“Na escola primária/Ivo viu a uva/e aprendeu a ler.”
No início do ano seguinte, fui morar e trabalhar em Brasília. Era babá. Foram três anos sem ver minha família, três anos sem férias, três anos fora da escola. Lia muito. Jornais e revistas, e li ainda A moreninha, Meu pé de laranja lima, e Senhora. Escrevia cartas. Muitas cartas.
Retornei a Uberaba no final de 1973 e não cheguei a ficar um mês com a minha família.
Estava com 16 anos, e conheci meu primeiro amor Ao ficar rapaz/Ivo viu a Eva/e aprendeu a amar.
Mudei-me para Presidente Prudente, estado de São Paulo, com outra família. Era um casal e 4 filhos. Fiz o exame de admissão. Retornei à escola. Ficamos em Prudente um ano e nos mudamos para Pariquera-Açu, cidadezinha litorânea próxima a Iguape. Perdi meu grande amor sem ao menos tê-lo namorado. Trocamos centenas de cartas. Devia tê-las guardado, porque eram belíssimos poemas. Eu lia muito.A biblioteca da casa era riquíssima e estava sempre sendo atualizada.
Em meados de 1976, retornei para Uberaba. Fui morar com uma tradicional família da cidade.
Era então dama de companhia de uma senhora acamada. Ela perdera a visão por causa da doença. Das 19 às 23 horas uma funcionária me substituía para eu ir para o colégio. Fiz o colegial no COC. Numa madrugada, a senhora percebeu que estava acordada e perguntou-me o que eu estava fazendo. Disse que estava lendo um livro. Era Grande sertão: Veredas. – Veja que lindo! – eu dissera – e li um longo trecho para ela. Depois daquele dia, tornou-se rotina eu ler para ela os romances, os poemas, indicados pelos professores. Numa fria manhã de abril ela acordou sorrindo e disse que havia sonhado comigo. Perguntei-lhe como eu era em seu sonho. Ela respondeu: – Como você é. Linda! Chorei muito. Poucas horas depois ela dormiria para não mais acordar. Nessa época eu já estava na Universidade e dava aulas no COC no turno matutino. Inúmeros questionamentos foram tornando-se relevantes, fazendo com que buscasse melhor fundamentação para reflexões que, desde o início de minha formação acadêmica, surgiam como fundamentais. Tematizava a importância da linguagem na constituição de formas de significação da existência. Como diz Foucault, “é preciso compreender um acontecimento como uma relação de forças que se inverte, um poder confiscado, um vocabulário retomado e voltado contra seus utilizadores, uma dominação que se enfraquece, se amplia e se envenena e uma outra que faz entrada mascarada”. O ano era 1980. Passei a trabalhar dois períodos no colégio, no período vespertino, eu era professora “eventual”.
Casei-me no início de 1981. Nesse mesmo ano nascera minha filha Sílvia Beatriz e em 1982 nasceu meu filho, Sílvio Diogo.
De 81 a 83 dividia minha vida entre a universidade e a educação dos meus filhos. Comprava muitos livros para eles, mas à noite as histórias vinham de minha memória. E eu as contava dramatizando, cantando...
Meus filhos foram o maior legado que a vida reservou para mim. Com eles e por eles aprendi a arte de viver. Foram eles que despertaram em mim o olhar atento para o grande espetáculo da vida. Aprendi a olhar e aprendi a ver além. Muito além das aparências.
Em 1986 fiz minha primeira Especialização em Língua Portuguesa. Tive a felicidade de conhecer e de aprender com Eni Orlandi, Eduardo Guimarães, Eugênio Estevam, Maria Luiza Braga, Kanavillil Rajagopalan, Silvana Mabel Serrani. Eles vieram da Unicamp para dar as aulas no Curso. Muitas leituras. Aprendizado e vivência.
Nesse mesmo ano retornei à escola como professora do Ensino Médio. Acompanharam-me Paulo Freire, Rubem Alves, Edgar Morin, Moacir Gadotti, Pedro Demo e tantos outros estudiosos, que sustentaram minha prática pedagógica. Considerando que duas características dos discursos são a dispersão e a polissemia, concebo que conceitos e teorias são fenômenos culturais, socialmente construídos e legitimados. Assim, entendo o conhecimento não como algo a ser possuído, mas algo que se constrói de modo dinâmico e processual. Sendo assim, o rigor e a avaliação na aplicação do procedimento metodológico são fenômenos da ordem da intersubjetividade e estão vinculados à possibilidade de socializar o processo interpretativo.

Minha trajetória profissional tem estado vinculada, durante esses 22 anos, na área de educação, tendo trabalhado em todos os níveis educacionais (Educação Básica e Ensino Superior – Graduação, Projetos de Pesquisa e de Extensão). Atuei com coordenadora pedagógica da área de Língua Portuguesa. Minha experiência de docência é basicamente como professora.
Uma preocupação central em minha trajetória profissional e acadêmica tem sido vinculada à área da prática de leitura e de escrita.
Concebi que, como educadora, torna-se premente a necessidade de fazer perguntas vitais sobre nosso ofício e nosso papel, sobre nosso trabalho e nossa responsabilidade. Um discurso que pretenda uma unificação do pensamento e da perspectiva sobre determinado assunto fecha o campo de significação, tornando restritas as alternativas, fixando e naturalizando o discurso. No entanto, um projeto educativo pode ser sempre outra coisa, pode adquirir outros significados, pode incorporar outros sentidos. É possível fazer outras perguntas, definir outros problemas de outra forma. Assim, nós educadores e educadoras abrimos o campo do social e do político para a produtividade e a polissemia, para a multiplicidade e a produção de novas possibilidades.
No meu entender, a produção do conhecimento é uma atividade de construção, num tempo e espaço definidos, constituidora de uma realidade tanto objetiva quanto subjetiva, e mesmo intersubjetiva. Nesta perspectiva, a realidade é tida como um fenômeno histórico, cultural e dinâmico, e o ser humano é um produto social, ainda que não determinado. Os critérios que utilizamos para descrever, para explicar, para analisar, são produtos de nossas próprias convenções e práticas e são influenciados por nossa subjetividade, não havendo, assim, qualquer possibilidade de neutralidade.
Portanto, a pesquisa se oferece ao exame de suas próprias convenções, pois seu objetivo é dar visibilidade às opções que nela estão refletidas.
A segunda especialização foi em Lingüística Aplicada ao ensino de Língua materna. Mais uma caminhada ao lado de grandes mestres: Doutora Ormezinda Maria Ribeiro, Aya, UnB; Dr. João Bosco e Dr Cleudemar, UFU; Dra Vânia Maria Resende, USP; Dr. Carlos Brandão e tantos outros mestres. Além desses havia Vigotsky, Sírio Possenti, Bakhtin, Barthes, Kleiman...
O trabalho de conclusão foi orientado pela professora Aya. “O texto poético em sala de aula: para além do dizível”. Artigo publicado na Revista Athos&Ethos.
O caminho profissional foi sempre partilhado com a tarefa prazerosa de ser mãe.
Em minha trajetória humana fui Gata Borralheira, Cinderela, Macabéa, Ana Moura, Clarissa, Madalena (Paulo Honório).
Hoje sou mais eu. Eu mesma. A professora Rosa Maria Olimpio. A rosa do alto da serra.
Atualmente trabalho como formadora do GESTAR pela UnB, Brasília. Viajo pelo Brasil levando aos educadores a crença do programa GESTAR, que é chegar aos alunos – crianças como eu fui em minha infância – o acesso ao mundo da cidadania assegurada pela aprendizagem da leitura. Leitura da palavra. Leitura do mundo.
No fino tear do destino, teci um final feliz para a história daquela menina que de sua mais profunda solidão atravessou o rio, as montanhas e se lançou por inteira no mundo da arte, cuja matéria prima está sempre à espera de ser lapidada: a palavra
A poética da palavra como paixão criativa, que gesta discursos provocadores. Recordo-me de uma declaração de Friedrich Nietzsche, em seu livro Humano, demasiado humano: “Há tensão e paixão que caracterizam aqueles que arriscam deslocar-se para lugares desconhecidos, desafiam verdades prontas, movem-se em busca de conhecimentos novos, viajam pelo conhecimento. Aquele que pretende apenas em certa medida alcançar a liberdade da razão não tem durante muito tempo o direito de se sentir sobre a terra, senão como um viajante – e nem sequer como um viajante que se encaminhe para um ponto de chegada; pois este não existe. Terá em vista, isso sim, observar bem e manter os olhos abertos para tudo o que realmente se passa no mundo; [...] é necessário que nele haja sempre algo de viajante, cujo prazer reside na mudança e na passagem”.
Acrescento minha experiência pessoal ao comentário de Nietzsche, com a poesia existencial de Clarice Lispector, e encerro esse memorial.
“Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.”
E creio que, nos caminhos por onde andei, o chão ficou cor-de-rosa.






PRIMEIRA LIÇÃO


Na escola primária
Ivo viu a uva
e aprendeu a ler.

Ao ficar rapaz
Ivo viu a Eva
e aprendeu a amar.

E sendo homem feito
Ivo viu o mundo
seus comes e bebes.

Um dia no muro
Ivo soletrou
a lição da plebe.
E aprendeu a ver.

Ivo viu a ave?
Ivo viu o ovo?
Na nova cartilha
Ivo viu a greve
Ivo viu o povo.


(Lêdo Ivo)

O que chamamos AMOR

" O diamante se constrói
quando o procuramos juntos
no meio da nossa vida
e cresce, límpido, cresce,
na intenção de repartir
o que chamamos de amor."


Thiago de Mello

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Um Poema de SARAMAGO
Intimidade

No coração da mina mais secreta,
No interior do fruto mais distante,
Na vibração da nota mais discreta,
No búzio mais convolto e ressoante,

Na camada mais densa da pintura,
Na veia que no corpo mais nos sonde,
Na palavra que diga mais brandura,
Na raiz que mais desce, mais esconde,

No silêncio mais fundo desta pausa,
Em que a vida se fez perenidade,
Procuro a tua mão, decifro a causa
De querer e não crer, final, intimidade.

José Saramago

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Domingo, 28 de Junho de 2009
Uma leitura de minha infância
O meu pé de laranja lima
José Mauro de Vasconcelos

Uma história triste

É um livro extremamente marcante, comovente e triste. Marcante pela ironia da sua história, comovente pela simplicidade transmitida e com que é escrito e triste pela dor e pelas perdas retratadas. Um livro que eu gostei de ler e que pela sua simplicidade e frontalidade me transmitiu a sua mensagem e sentimentos imiscuídos de uma forma subtil e profunda. Com uma mescla de turbulentas emoções e pequenas conquistas e vitórias, vividas pelas personagens, que vêm ao rubro de forma simples e eloquente em cada palavra, eu senti-me como se também eu participasse na história. Neste livro o mais importante não é os grandes feitos ou qualquer outro acto considerado por nós, na nossa cegueira e egocentrismo, digno e merecedor de importância, mas sim, as pequenas coisas, que no fundo acabam por ser as mais bonitas e importantes; as pequenas vitórias; a dor e a conquista, do mundo real e da vida real, que acabam por ter uma fantasia mais doce e bonita e um misticismo mais profundo, do que as grandes lendas ou histórias, apenas pelo que são.
José Mauro de Vasconcelos conta-nos a história de um menino chamado Zézé, com seis anos, pobre, extremamente inteligente, sensível e carente. Não encontrando na família e nas pessoas a ternura e o afecto de que necessita, Zézé entrega o seu amor às pequenas coisas, mas em especial a Xuxuruca ou Minguinho, o seu pé de Laranja Lima, que se torna o seu grande confessor, amigo e companheiro de brincadeiras. Com Minguinho, Zézé protege-se do mundo real com uma barreira feita de brincadeiras, canções e da doce ilusão da inocência.
Numa tentativa de despertar as pessoas que o rodeiam para a sua presença, ele sai para a rua fazendo asneiras e pregando partidas, o que tem como consequência as enormes e tradicionais "zurras" de que infelizmente é alvo. Zézé vive uma vida triste e pobre, onde consegue encontar a sua luz e felicidade através do seu enorme coração e capacidade para amar e perdoar. Mas este Mundo está prestes a mudar. Zézé acaba por descobrir a ternura e carinho de que tanto necessita com o seu amigo "Portuga", que torna a sua existência agradávell e feliz. No entanto... a história de Zezé é recheada de ironia... Quando finalmente o seu pai volta a ter um emprego capaz de lhe proporcionar uma vida confortável e estável, perde também os seus dois grandes centros e geradores de ternura e felicidade. Zézé descobre o que é a dor da perda e da saudade, perdendo assim também a sua inocência e capacidade de se abstrair do Mundo através de brincadeiras, histórias e pequeninas crenças. "Por que contam coisas às criancinhas?".

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Sábado, 27 de Junho de 2009
Livro do Desassossego
Fragmento 204 - Livro do Desassossego - Fernando Pessoa in Bernardo Soares
imagem: Luis Lobo Henriques




Nuvens... Hoje tenho consciência do céu, pois há dias em que o não olho mas sinto, vivendo na cidade e não na natureza que a inclui. Nuvens... São elas hoje a principal realidade, e preocupam-me como se o velar do céu fosse um dos grandes perigos do meu destino. Nuvens... Passam da barra para o Castelo, de ocidente para oriente, num tumulto disperso e despido, branco às vezes, se vão esfarrapadas na vanguarda de não sei quê; meio-negro outras, se, mais lentas, tardam em ser varridas pelo vento audível; negras de um branco sujo, se, como se quisessem ficar, enegrecem mais da vinda que da sombra o que as ruas abrem de falso espaço entre as linhas fechadoras da casaria.


Nuvens... Existo sem que o saiba e morrerei sem que o queira. Sou o intervalo entre o que sou e o que não sou, entre o que sonho e o que a vida fez de mim, a média abstracta e carnal entre coisas que não são nada, sendo eu nada também. Nuvens... Que desassossego se sinto, que desconforto

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Sobre o filme

Fale com Ela

(Hable con Ella, 2002)
Por Alexandre Koball
14/01/2003


Mais uma obra de sensibilidade apurada de Pedro Almodóvar. Recomendadíssima!

No seu primeiro filme do novo milênio, o cineasta espanhol Pedro Almodóvar nos traz uma nova obra sobre relacionamentos entre homens e mulheres, vistos principalmente do ângulo feminino. Porém, a diferença aqui é que as mulheres que protagonizam Fale com Ela estão em estado de coma, na cama de um hospital. O último filme do diretor, Tudo Sobre Minha Mãe – referência ao clássico A Malvada (Tudo Sobre Eva, no original em inglês) – foi homenageado com inúmeros prêmios ao redor do mundo, incluindo aí um Oscar de melhor filme estrangeiro. O tema central permanece – relacionamentos – porém Fale com Ela é um filme totalmente diferente, não em relação ao último do diretor, como também é um dos filmes mais originais do ano.

Temos Benigno e Marco, dois desconhecidos que acabam virando amigos em decorrência do destino: enquanto esperam com toda a esperança possível as mulheres por quem são apaixonados, – Alicia e Lydia – saírem do estado de coma do hospital, acabam tendo uma afinidade muito grande. O interessante disso é que Benigno e Marco, enquanto amigos, possuem idéias bastante distintas em se tratando de suas amadas: Benigno possue uma espécie de amor platônico por Alicia, pois apaixonou-se sem ter tido tempo de ser correspondido, antes do acidente dela; Marco, em contrapartida, após o acidente, não consegue definir muito bem seus sentimentos com relação a Lydia, e tem dificuldades de lidar com ela na cama do hospital. Ambos só podem fazer uma coisa enquanto esperam: falar com elas...

Outro ponto interessante é o fato de, embora serem dois homens os protagonistas, o enredo ser centrado nas duas mulheres em coma. Fale com Ela desenvolve sua história através de flashbacks, mostrando as duas mulheres ainda quando fora do hospital. O filme logo avança para um ponto inesperado, e algumas reviravoltas acontecem com os dois homens. Não cabe aqui dizer muito mais, pois isso estragaria um pouco as surpresas, e é muito melhor saborear a história por você mesmo. Mas é apenas importante ressaltar que o roteiro é muito bem desenvolvido, alterando momentos emocionantes (com o uso da música, da qual será falado logo em seguida), com alguns momentos leves e engraçados. Almodóvar ousa e coloca, inclusive, um filme mudo em preto-e-branco (fictício, é bom dizer) de sete minutos dentro do filme principal, que altera, positivamente, o ritmo do filme. É algo também inesperado e que funciona muito bem, para esquecermos momentaneamente o drama dos personagens principais.

A história é bastante forte, porém Almodóvar tem todo o controle do filme e trata de assuntos como estupro, desejo e morte com a habilidade de um cineasta experiente e, porque não dizer, gênio. Em relação à originalidade citada logo no início, não há como descrevê-la, senão vendo o filme por si mesmo. É uma mistura de fotografia diferenciada (porém sem usar nenhuma técnica nova), com a própria história, as imagens (o filme mostra uma tourada belíssima), tudo em conjunto com a música... ah, a música! O filme ganha ainda mais força com o uso dela. Destaque aqui para o Brasil, com a participação especial de Caetano Veloso cantando em espanhol uma versão da música Cucurrucucu Paloma, que funciona não só para a platéia como para os personagens do filme, que emocionam-se enquanto ouvem. Além disso, há outras referências bem explícitas ao Brasil. Novamente, recomendo a você mesmo assistir para descobrir o que acontece.

domingo, 21 de junho de 2009

Violinos não envelhecem.

Violinos não envelhecem - Rubem Alves

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VIOLINOS NÃO ENVELHECEM

Rubem Alves


Eu a escrevi faz muito tempo --- uma estória de amor. Quem a leu, eu sei, não se esqueceu.
Por razão do dito pela Adélia: " o que a memória ama fica eterno". História de amor não inventada, acontecida, tão comovente quanto Romeu e Julieta, Abelardo e Heloísa. O que fiz foi só registrar o acontecido.
Preciso contá-la de novo, para benefício daqueles que não a leram pela primeira vez, e a fim de acrescentar um final novo, inesperado, acontecido depois.
A testemunha que me relatou o sucedido foi sobrinho, médico-músico, pessoa querida e bonita.
Atrasou-se para um compromisso na minha casa, chegou três horas depois, explicando que havia ido ao velório de um tio de 81 anos de idade que morrera de amor. Parece que seu velho corpo não suportara a intensidade da felicidade tardia, e os seus músculos não deram conta do jovem que, repentinamente, dele se apossara.
O amor surgira no tempo em que ele é mais puro: a adolescência.
Mas naqueles tempos havia uma outra Aids, chamada tuberculose, que se comprazia em atacar as pessoas bonitas, os artistas, os apaixonados --- esses eram os grupos de risco.
Pois ela, a tuberculose, invejosa da felicidade dos dois, alojou-se nos pulmões do moço, que teve de ir em busca de ar puro, no alto das montanhas, sanatório, tal como Thomas Mann descreve em seu livro -A montanha mágica.
Quem ia para tais lugares despedia-se com um "adeus", um olhar de "nunca mais".
Na melhor das hipóteses, muitos anos haveriam de passar antes do reencontro.
Imagino o sofrimento da jovem dividida: o corpo, naquela casa, a alma por longe terra!
Na vida daquela menina, que surda, perdida guerra... (Cecília Meireles).
Valeram mais os prudentes conselhos da mãe e do pai: não trocar o certo pelo duvidoso.
Vale mais um negociante vivo que um tuberculoso morto. E aconteceu com ela o que aconteceu com a Firmina Dazza, que de longe e às escondidas namorava o Fiorentino Ariza, na estória de Gabriel García Márquez Amor nos tempos do cólera, que foi obrigada pelo pai a se casar com o doutor Urbino: não se troca um médico por um escriturário. Casou e com ele ficou até que, depois de 51 anos, veio a libertação...
Ela casou. Ele casou. Nunca mais se viram. Quando ele tinha 76 anos, ficou viúvo. Quando ela tinha 76 anos (ele tinha 79), ela ficou viúva. E ficou sabendo que ele estava vivo. A curiosidade e a saudade foram fortes demais. Foi procurá-lo. Encontraram-se. E, de repente, eram namorados adolescentes de novo.
Resolveram casar-se. Os filhos protestaram. Eles, os filhos, todos os filhos, não suportam a idéia de que os velhos também têm sexo. Especialmente os pais. Pais velhos devem ser fofos, devem saber contar estórias, devem tomar conta dos netos. Mas velho apaixonado é coisa ridícula. Não combina. Mais detalhes no livro da Simone de Beauvoir sobre a velhice. E houve também aquela estória do programa Você decide: o velho pai, infeliz a vida inteira com a esposa, encontra uma mulher por quem se apaixona.
A pergunta: ele deve ou não deve deixar a esposa para viver o novo amor? Você decide... A decisão do público --- os filhos, evidentemente: "Não, ele não deve viver o novo amor..."
Os filhos sempre decidem contra o amor dos pais.
Mas, na nossa estória, os dois velhos deram uma solene banana para os filhos e foram viver juntos em Poços de Caldas. Viveram um ano de amor maravilhoso, e ele até começou a escrever poesia e voltou a tocar o violino que ficara por mais de 50 anos sobre um guarda roupa, porque a esposa não gostava de música de violino. Confessou ao sobrinho: "Se Deus me der dois anos de vida com esta mulher, minha vida terá valido a pena..." Bem que Deus quis. Mas o corpo não deixou. Morreu de amor, como temia o Vinícius.
Achei a estória tão bonita que a transformei numa crônica a que dei um título inspirado nas Sagradas
Escrituras: "... e os velhos se apaixonarão de novo".
Começa aqui o novo final para a estória.
Passaram-se semanas. Eram dez horas. Eu estava trabalhando no meu escritório. O telefone tocou.
Voz aveludada de mulher do outro lado.
--- É o professor Rubem Alves?
--- Sim, respondi secamente. Eu sou sempre seco ao telefone.
--- Quero agradecer a belíssima crônica que o senhor escreveu com o título: " ...e os velhos se apaixona-rão de novo". O senhor já deve ter adivinhado quem está falando....
--- Não, respondi. Por vezes eu sou meio burro. Aí ela se revelou:
--- Sou a viúva.
Foi o início de uma deliciosa conversa de mais de 40 minutos, interurbano, em que ela contou detalhes que eu desconhecia. O medo que ela teve quando ele resolveu mandar consertar o violino! Ela temia que os dedos dele já estivessem duros demais...
Ah! Que metáfora fascinante para um psicanalista sensível! Sim, sim! Nem os violinos ficam velhos demais, nem os dedos ficam impotentes para produzir música! E aí foi contando, contando, revivendo, sorrindo, chorando --- tanta alegria, tanta saudade, uma eternidade inteira num grão de areia... Ao terminar, ela fez esta observação maravilhosa:
--- Pois é, professor. Na idade da gente, a gente não mexe muito com sexo. A gente vive de ternura!

Aqui termina a lição do Evangelho.

Fotos do trabalho da formadora Joselma e seus cursistas.

sábado, 20 de junho de 2009

Rejane Silva da Costa

Execução do GESTAR no município de CASINHAS –PE 2009

RELATÓRIOS :

I º ENCONTRO ( Relatório ¼ )

O primeiro encontro do GESTAR ocorreu no dia 27.02.09, na Escola São Luiz com a presença de alguns cursistas 4 de 11 ..quantitativo reduzido devido, a ter sido marcado próximo ao carnaval , então alguns cursistas não puderam ainda estar presentes.
Desse modo foi feita uma breve acolhida , oração e informativos gerais sobre a formação do GESTAR exibidos do slides Material de Apoio
Em virtude do material ainda não ter chegado, remarcamos o encontro para o mês seguinte, com duração de 8h por encontro, aos sábados. Sem mais dispensamos o grupo.

IIº ENCONTRO (Relatório 2/4)

Este ocorreu na também na referida escola, aos 28.03.09, iniciando as 8:00 com a participação de todos os cursistas , os quais puderam receber todos os kits.
No primeiro momento da manhã , foi feita uma oração e acolhida com a “ Dinâmica do Abraço”, seguida de socialização, logo após exibimos o slide do Material de Apoio relativos a estrutura e sistematização do GESTAR, abrindo o momento pra eventuais discussões e esclarecimentos de duvidas , bem como expectativas e sugestões,as quais foram devidamente registradas para apreciação posterior.
Fizemos um intervalo para o almoço as 12:00.
Reiniciando as 13:30 .
Foi solicitado que os cursistas pegassem seu material para conhecer cada seção dos seus respectivos TPs: Objetivo,Atividades, Recordando,Importante, Indo a Sala de Aula e Avançando na Prática.De modo a familiarizar-se com cada seção que estudaria.
Foi feita a exibição do slide do material de apoio PPS/TP3-4-5 para leitura comentada de Tarefas da Educação de Rubem Alves, abrindo o debate .
Em seguida passando para o estudo do Gênero a partir de slide: Definição de Gêneros ( Marcushsy), sendo feita logo em seguida uma atividade extra, onde cada cursistas tirava de um envelope um texto e ia após momento de analise explanar o gênero/função sócio-comunicativa/suporte/.
Terminada essa atividade partimos para o estudo das unidades 9 e 10 do TP3, sob temática Trabalho.
Encerramos fazendo comentários sobre o encontro, fazendo uma oração de despedida, as 16:30 como determinado previamente.



IIIº ENCONTRO ( Relatório ¾)


Ocorreu na mesma escola , também as 8:30, no dia 25.04.09 .Fizemos nosso momento de oração e reflexão após a exibição de slide: Filtro Solar ( do material de apoio) texto de Pedro Bial , com reflexão espontânea sobre o slide.Logo após os cursistas receberam e ouviram a música Monte Castelo (Legião Urbana),para abordarmos a Intertextualidade presente ,com o texto de Camões:Amor é fogo..e com a 1ª Carta de São Paulo aos Coríntios, fazendo toda a analise de Gêneros, suportes , semântica intergêneros e tipologias, feito de forma coletiva.
Exibição de slide : PPSTP3-4-5 :O Carteiro, onde foi feita o estudo sobre inferências nos gêneros e iniciamos o estudo aprofundados sobre as características tipológicas.
Intervalo para almoço as 12.00 com retorno as 13:30. Ao retornarmos os cursistas fizeram a explanação da aplicação do Avançando na Prática em suas turmas, bem como das dificuldades e surpresas positivas também levando as produções (anexos) Passamos então para a unidade 11e 12 .encerrando o TP3., com a oficina sugerida no final.Encerrando as 16:30



IVº ENCONTRO ( Relatório 4/4) .


Este aconteceu mais uma vez na referida escola, aos 25. 03.09 iniciado as8:30.
Como de costume fizemos nosso momento de oração, seguido exibição de slide:”O problema não é meu” ( material de apoio), e com reflexão oral feita por cursistas.Em seguidas foi repassado as informações que obtivemos no encontro de Gaibu, relativos a sistemática, avaliação, freqüência, portefolio, e abertura pra esclarecimento de duvidas, o que levou um tempo do período da manhã....Logo após vimos slide do PPSTP 3-4-5 sobre Produção Escrita , fazendo estudo aprofundado sobre Tipologias, bem como analisando as marcas de seqüências tipológicas em uma produção dissertativa (ativ.extra/anexo), intitulada: Sonhar é Preciso.
Intervalo para almoço 12:00
Reinício as 13:30, com slide TP3-4-5, para em duplas fazer a Reescrita de Avisos, Manchetes, bilhetes e socializar com os demais.Após o termino dessa atividade, fizemos um debate relacionado a nossa prática de correção de textos, então de acordo com:necessidades ,exigências e particularidades do nosso meio, criamos de forma coletiva um Código de Revisão de Texto (anexos), para ser usado pelo professor da Rede Municipal, sendo um valioso suporte para o docente , bem como dará “pistas” ao aluno para que o mesmo possa fazer a Reescrita, indo procurar o que é mais adequado para seu texto.
Logo em seguida estudamos as unidades 13 e 14 do TP4, fazendo o estudo das seções e atividades. Após tarde muitíssimo produtiva encerramos as 16:30 .
Ficando apenas 2 unidades para encerrar o TP4 agora, no encontro de junho..

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Um filme que vale a pena assistir...

NEEL

testemunho de uma vida dançando ao vento suave de memórias embebidas num mar de amor e de esperança onde a água brilha incessante, lavando a mágoa e a dor de um mundo onde cada vez mais se acolhe a tristeza e cruel visão de anjos vestidos de negro descendo à terra, resgatando das inocentes mãos de doces almas a pureza e simplicidade de sonhos. Despedaçando verdades e corações, tatuando na sua essência a amarga raiz da incompreensão humana e material, do culto opressor e metafísico. Nell encontra-se sozinha na floresta. Perante uma linguagem que aprendeu a amar e a proteger, que é somente a sua linguagem com a alma que a habita, com a essência que a define como um ser único, utiliza-a na sua vivência diária, como modo de transmitir os seus conhecimentos e a visão que possui de um mundo criado sobre as suas experiências. O seu dialecto constitui o testemunho de uma vida a ela entregue num manto suave de amor e compreensão. Dois médicos acabam por descobrir uma “criatura” fascinante perdida no leito suave e acolhedor da floresta. Rapidamente se torna um objecto de estudo apetecível para os dois, não só pelo desejo de descoberta de tal acontecimento, assim como de possível factor impulsionador de uma carreira de trabalho.
No entanto um dos médicos, desempenhado por Liam Neeson, esconde em si objectivos muito mais nobres no estudo de Nell. A sua natureza social, os modelos comportamentais que moldaram a sua maneira de ver e sentir o mundo não lhe envenenam o discernimento mental e a capacidade de compreensão de uma diferença que obviamente não é sempre inferior. O médico preocupa-se com a pessoa, com o ser que esconde sonhos e desejos, uma essência e uma alma únicas. Nell não é para ele uma “selvagem”, que possui uma “linguagem destorcida”. Nell é uma pessoa, um ser que possui sentimentos e tem o direito à compreensão.
A cultura moderna hostiliza tudo o que não é conhecido. Tudo o que não pertence ao foro do culturalmente adquirido e aceitado historicamente é potencialmente perigoso e inconcebível. É efectivamente disto que se trata, atitudes profundamente mergulhadas num egocentrismo e xenofobia opressores. Porque mesmo não se tratando obviamente de uma cultura diferente, Nell possui uma visão única e suave do mundo, como lugar habitado por uma natureza resplandecente, que destila incessante e de um modo suavemente sedutor toda a beleza que lhe veste a essência. À noite banha-se nas doces águas do rio, fundindo o seu corpo puro com a natureza que a acolhe e a incentiva a respirar sem névoa ou malícia um perfume que lhe parece sempre único. De noite rejuvenesce contemplando a beleza virgem de uma lua imensa, que engole o horizonte com o seu brilho transcendental. A vida saboreando a Natureza. A inocência de um sorriso simples e sentido. Oásis de amor e de esperança bebendo da floresta a sua inspiração e força, num contacto profundo com a pureza do sentir. O colo da lua é o seu baloiço de sonhos, o seu caleidoscópio de ensinamentos entoados sobre o leito límpido da Natureza. Não precisa de mais nada. Não pediu mais nada.
Efectivamente “as atitudes, as condutas e os pensamentos são eles próprios o resultado da adaptação do espírito do homem às condições ambientes e uma resposta aos estímulos exteriores”, segundo J.B.Watson. O filme claramente bebe da teoria behavorista parte da sua força e poder argumentativo. A personagem de Nell constitui a imagem crucial e materializada de um ser que se adaptou ao ambiente que a rodeia, constituindo o seu espírito e a sua essência o reflexo desse mesmo ambiente. Os pensamentos e condutas que perpetua e que defende são resultado desse meio onde se encontra inserida. Recorrendo por outro lado a uma teoria apresentada por Piaget, “o conhecimento tem início quando o recém nascido, através dos seus reflexos que fazem parte da sua bagagem hereditária, age assimilando alguma coisa do meio físico e social. Daí provém sucessivas estruturações formando etapas características, chamadas estágios ou níveis de conhecimento”. Recorrendo a esta teoria apresentada e aplicando-a ao caso específico do filme comentado é fácil estabelecer uma relação precisa e concisa entre as duas realidades. Nell recebeu uma educação “especial”. Na sua diferença reside o foco incessante e doloroso de repudia e incompreensão social. Nell assimilou factores e aspectos essenciais do meio físico e social em que se encontrava mergulhada , e o qual lhe banhava a face e lhe oferecia a dádiva pura e simples da natureza, dos valores simples e afectuosos.
Os estágios e níveis de conhecimento a que a transcrição se refere, no caso preciso de Nell manifestaram-se de uma forma muito pouco comum. Embora pareça possuir um conhecimento insuficiente ( para as pessoas que se encontram perto dela, para a maioria da sociedade ), a realidade irá mostrar a essas mesmas pessoas que efectivamente caíram em erro e foram claramente prejudicadas por juízos preconcebidos de valor.
Quando o doutor observa pela primeira vez a beleza pura e simples de uma “criança selvagem”, proferindo palavras soltas banhadas num oceano sedutor e inocente de incompreensão, não deixa de ficar profundamente apaixonado pela visão que se depara perante os seus olhos. Porque sente nela algo de diferente, no espaço que os envolve nasce uma intimidade que os irá guiar durante todo o filme. Nasce uma relação de compreensão, densificada em manifestações ternas de carinho e de procura de entendimento mútuo. Ele não está ali ávido de um objecto de estudo, detentor de um qualquer objectivo específico e preciso. Está ali movido por uma curiosidade aguçada e a sua essência e alma vão ser encaminhadas para uma realidade que irá ultrapassar a mera curiosidade. Conforme cresce a relação entre o médico e a Nell, nasce também uma nova realidade para o coração do médico. Novos valores e ensinamentos tatuam a sua essência, ajudando-o a encontrar na sua alma, parte de si que nunca reconhecera. Nell utilizando o dom que a faz ser única consegue aproximar e renascer essências anteriormente parcialmente adormecidas num trabalho e numa sociedade opressora e egocêntrica. A sociedade, as definições, valores culturais e humanos que a pretendem compreender nunca o conseguem por intermédio da sua acção, porque efectivamente guiam os seus esforços não em prol da compreensão mas sim de uma demonstração hipócrita e egoísta de uma detenção de um conhecimento perfeito e imutável. É principalmente devido a esta cruel realidade que a doutora não consegue compreender Nell , quando a começa a conhecer. Porque não a quer conhecer. A essência individual que lhe banha a face, os seus ensinamentos e os seus sonhos e valores, não são o objecto de estudo tão pouco. São alvos a abater em nome do que está socialmente alicerçado, dos valores culturais correctos e admitidos. A pessoa, a essência de Nell é subjugada sob o nome da ciência, dos valores e conceitos que a mesma defende. Sob o nome de um modelo social que possui regras inflexíveis alicerçado num aparelho estrutural rigidamente construído. A nossa sociedade é cada vez mais sinónimo de incompreensão e hostilidade pela diferença. E muitas vezes não se preocupa ( o que é verdadeiramente assustador ) sobre as causas e significado dessa mesma diferença, ou mesmo se a mesma constituí algum perigo ou ameaça ao bom funcionamento da vida em sociedade, em defesa dos valores e normas comportamentais culturalmente aceites.
Como ameaça ao bom funcionamento de uma sociedade, todo aquele que demonstre através dos seus actos poder vir a tornar-se uma ameaça para esse funcionamento, obviamente terá que ser alvo de medidas coesivas e de vigilância. É esse o principal objectivo da ciência em relação a pessoas como a Nell. A repudia da via de entendimento sobre a sombra negra e disforme da coasão e do controle social. Obviamente que as coisas nem sempre são assim tão simples, e em alguns casos essa coasão é profundamente justificável em nome da vida harmoniosa em sociedade. No entanto Nell sente os corações. Nell tem na sua essência a pureza de um sentimento que guia a vida e comanda um sonho. Tem na sua alma as asas que oferecem voos rumo ao verdadeiro sabor da vida. Na sua pureza e inocência afrodisíacas encontra-se reflectida na sociedade a realidade antagónica. Sede humana de poder, de conhecimento como obtenção desse mesmo poder. Sabor desejado de glória e de cifrões escorrendo brilhantes numa vida ostensiva. Vomitando notas que compram almas e sonhos. Que compram uma vontade e corrompem a verdade. A ela nada disso lhe interessava. Apenas continuar a viver a sua vida, comunicando com a linguagem que lhe fora transmitida, com a qual conhecia parte do mundo natural. O mundo que a acolhia sob a forma belíssima de florestas e rios, folhagens macias ondulando ao vento. Sob a forma de uma casa de campo que a protegia do frio e dos perigos da vida. Uma visão tão límpida, tão pura, a que guiava a sua razão e o seu amor, a sua fé infinitamente divina na procura de um sonho lindo, aquele que lhe oferecia a visão suave e terna da sua irmã, confidente de brincadeiras e de corridas livres no coração da floresta. O sol beijando a sua face, o amor terno de quentura primaveril. O brilho sem medos. A pureza magnífica do sol, irmão da lua, companheiros de essência. A beleza de uma relação pura e imortal. Os anjos levaram o corpo da sua irmã, mas a essência vive eternamente dentro dela. Linguagem de amor, de união. Quando olhou para o espelho procurou transmitir essa mesma linguagem. Procurou repartir com o mundo uma realidade inocente e pura. A ciência não a compreendeu. Viu-se a ela e à irmã. Tudo para ela é uma infinita descoberta. Sabor de vida, paladar existencial e metafísico. Procuravam-lhe retirar isso tudo em nome de um conhecimento científico ávido de novas realidades e noções. Um conhecimento científico que em prol da sua necessidade de informação pretendia utilizar uma essência e individualidade como cobaia para a sua obtenção de informação. Converter uma essência que não queria ser convertida. Ditar intoleravelmente o que era melhor para Nell, sem sequer procurar compreendê-la ou ouvir a sua voz. Nell para a ciência será sempre uma “pessoa atrasada” , detentora de “uma linguagem destorcida”, “uma criança selvagem”. Criança selvagem como sinónimo de uma inocência. Inocência porque a sua essência se encontra imaculada da podridão humana e de tudo o que inspira repudia. Selvagem porque não tem água corrente, electricidade nem telefone. Porque vive no coração da Natureza, não conhece um carro, um avião. Não possui o conhecimento para sobreviver segundo os parâmetros superiores da sociedade moderna. Quem disse? Quem o pode afirmar peremptoriamente?
Ninguém. Ninguém o pode afirmar. Porque não conhecer a sua essência, procurar compreender o que habita na sua alma? Não, para uma ciência sedenta de teorias escorrendo em páginas virgens de papel Nell é somente um objecto de estudo, possível cobaia numa experiência , sinónimo de novas etapas do procedimento e informação científica. A diferença que nela habita é um alvo a abater sem qualquer pudor. É uma necessidade. Imagem de intolerância e incompreensão.
No filme, o médico transpira a necessidade de compreensão tatuada num afecto e intimidade louvável. A sua preocupação primordial passa pela protecção de uma essência e de uma alma que constitui uma individualidade angelical. Desprovida de sombras e simulacros corruptos, detentora de uma realidade que ultrapassa escárnio e sedes opressoras de glória e endeusamento, Nell é uma essência voando livre em busca de um amor e uma esperança que definem e dêem sentido a uma vida. É um caso raro nos dias que correm, onde a preocupação de viver cada dia respira nos nossos corpos. Ela procura voar sobre o tempo e a mágoa de sentir o espírito doente. Protege esse espírito e esses valores abraçando a natureza, procurando mostrar a quem se encontra disponível e aberto para tal, essas mesmas realidades tatuadas no seu rosto sedoso e na sua pele inocente e pura. O seu olhar é denso e penetrante, despindo a natureza, descobrindo nos seus trajes a beleza e pureza que a define. Nell desperta nos dois médicos o brilho que tinham escondidos dentro deles. Consegue fazer aproximar as duas essências através da realidade que guia a sua vida, imortalizada nos valores e na visão do mundo que possui. Aquela que é hostilizada pelos parâmetros da sociedade, aquela que é vítima de um desejo egocêntrico de destruição. Quando é levada para o hospital, o seu espírito adoece lentamente. A sua alma pede ajuda ao coração que sempre brilhou, indiferente a toda a escuridão adjacente à vivência humana alicerçada nos valores ditos “comuns”. Encontra-se aprisionada no desconhecido, nos valores que nunca pediu para conhecer, aqueles sobre os quais possuí uma pequena ideia mas que não quer densificar.
Remete a sua dor para o silêncio onde a sua essência se encontra mergulhada. E finalmente quando tem oportunidade para comunicar o perfume que molda a sua essência, fá-lo proferindo as seguintes palavras: “Não se olham nos olhos e têm fome de sossego(...)sei que todos se vão, todos se vão embora(...) não tenham medo por Nell, não chorem por ela,(...) não tenho tristezas maiores que as vossas”. Acordes de uma vida, de um sonho, de uma verdade. Conseguiu transmitir a sua visão porque o médico procurou compreendê-la. Conduziu todas as suas forças e energia em busca desse objectivo nobre. Quis conhecer verdadeiramente a sua essência, a sua razão e a verdade sobre os ditames da tolerância e compreensão. Ficou para sempre maior como Homem e como Ser. Aprendeu vivendo, compreendo, desejando essa mesma compreensão. Não hostilizou a diferença, a hipotética ameaça.
O filme transpira todos estes conceitos, esta realidade. Será tão difícil ao homem compreender a diferença? Mesmo que ela signifique pureza, beleza e simplicidade. Mesmo que ela traduza de forma inocente mas infinitamente sedutora uma visão e um amor que todos porventura podemos desejar? Perguntas soltas. As quais todos nós poderemos dar resposta. Através de acções. Através de um sentimento. Do entoar livre e sentido de uma canção. A da vida, esperança e amor. Compreensão moldada a tons de sonho. De direito à diferença, de uma individualidade. Poderemos para sempre sermos maiores. Poderemos aprender vivendo. Interactuando. Convivendo apaixonadamente com a Natureza e com quem nos rodeia.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

MITOLOGIAS Roland Barthes

SIGNOS DO MUNDO BURGUÊS

Mitologias, de Roland Barthes, tradução de Rita Buongermino e Pedro de Souza, São Paulo, Difel, 1982. Mythologies, Paris, Seuil, 1957. Reedição em livro de bolso, Seuil, 1970



Qual a razão de um intelectual refinado e já especializado como Roland Barthes, autor de um livro difícil como O Grau Zero da Escritura, se interessar por assuntos tão corriqueiros, anódinos e pouco culturais? Por impaciência, como ele mesmo explicou depois. Porque algo o incomoda profundamente no modo como esses mitos se veiculavam, na confusão entre Natureza e História sobre a qual eles se instalavam. O próprio desses discursos (fossem eles verbais ou icônicos) era apresentarem-se com uma aparência de naturalidade absoluta, como aquilo que simplesmente é assim, que o senso comum não discute, mas apenas aceita. Barthes resolveu dedicar total atenção a estes mitos partindo de observações quase óbvias, pois vai estabelecendo relações insuspeitas para o consumidor desprevenido, até que a notícia, o espetáculo, a imagem se revelam, de repente, como algo diferente daquilo que pareciam ser.
No livro tem-se o conceito de mito em seu sentido corrente de falsa evidência, de mentira aceita por uma comunidade. Os mitos que atraíam a atenção de Barthes eram certas representações da vida cotidiana, menores e aparentemente inocentes: uma notícia de jornal sobre as famílias reais européias, um texto qualquer de publicidade, espetáculos esportivos ou eróticos (a luta livre ou o strip-tease), fotografias de atores ou de políticos, enfim, o que ocupa o público médio em suas horas de lazer.
O autor analisa o embuste na própria forma de mensagem que, desmontada, revela sua artificialidade. Ora, a eficácia da mensagem ideológica reside justamente no fato de ela se apresentar como transparente, sem nenhuma intenção. Apontar o arranjo oculto de suas formas naturais é fazer desmoronar no ato as idéias que ela veicula. O próprio Barthes declarou em entrevista, que o leitor ficará mais desconfiado daquilo que se consome como informação ou lazer inofensivos. Estes argumentos demonstram que as mitologias são, realmente, uma ginástica ou um estimulante da inteligência.

Língua e Cultura

Pensando a Prática Pedagógica

A potencialidade dos conceitos científicos na promoção do desenvolvimento não pode ser considerada uma condição inerente ao ensino. Segundo Davydov, “apropriação é o processo de desenvolvimento, mas somente sob certas condições, a saber, quando envolve o domínio de métodos e formas gerais de atividade mental” (RENSHAW, 1992), identificar esses métodos e a atividade mental adequada é um passo fundamental na organização do ensino de qualquer área do conhecimento. No aspecto cognitivo a escola atua como formadora ao transmitir tanto sistemas organizados de conhecimento como modos de funcionamento intelectual. Ou seja, pensar em um ensino promotor do desenvolvimento implica em analisar a qualidade do conteúdo escolar e o modo de sua apropriação pelo aluno. Estes dois aspectos, em unidade, trazem elementos orientadores para a organização do ensino.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Importante!!!

Gosto de ser gente porque, mesmo sabendo que as condições materiais, econômicas, sociais, políticas, culturais e ideológicas em que nos achamos geram quase sempre barreiras de difícil superação para o cumprimento de nossa tarefa histórica de mudar o mundo, sei também que os obstáculos não se eternizam”.
(PauloFreire)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Edições Toró

Meus queridos,

Publiquei a entrevista com Fernando Quinas porque ele fala dos recursos e dos incentivos funanceiros em nosso país.Ele cita como exemplo de um projeto bem elaborado e bem executado por um grupo de intelectuais da capital paulista. As edições Toró. Meu filho Sílvio Diogo faz parte desse projeto.Trabalha na editoração, arte gráfica, ilustrações, manuscritos,e tem dois livros publicados. Respingos e Clamores e Desenho do chão.É realmente desalentador o quadro que se apresenta em relação à cultura em nosso país. Infelizmente, nosso jovem não lê. E quando o faz escolhe banalidades e textos apelativos. O que é pior, leem na internet textos de auto-ajuda cuja autoria é atribuída à Neruda, Carlos Drummond...e os publicam nas páginas do orkut e em outras situações de comunicação e se acham cultos por lerem e gostarem de tais autores que na verdade jamais leram sequer uma palavra.
É por aí que vai se instalando na alma das pessoas a era do vazio emocional, afetivo, cultural...Porque sem leitura o homem acaba por viver excluído de um universo fantástico que só a palavra bem dita é capaz de proporcionar.em>
Desenhando destinos
Aos formadores:

Meus queridos, Acordei em mim a palavra saber e a trouxe para dar de
presente a vocês.
Saber faz-me pensar em sábio, sabedoria, vivência...
Saber não está contido somente nos livros ou na escola.
Saber se acumula! ( Não gostei dessa palavra.) Acumular parece algo difícil de carregar, pesado.

Saber é flor que colore a vida vai virando frutos e os frutos se multiplicam, amadurecem, ficam doces, saborosos.
Saber e sabor confundem-se com o riso, com a lágrima, com o nascer do sol, com o pôr do sol...
Saber é sabor de beijo, de desejo. Saber e sabor se descobre no luar, na chuva, no frio, no desafio.

Saber não pode ser fechado no quarto escuro da vaidade ou do egoísmo.O saber deve servir para
fiosedesafiosgestarpernambucano
QUINTA-FEIRA, 11 DE JUNHO DE 2009
Saber não pode ser fechado no quarto escuro da vaidade ou do egoísmo.O saber deve servir para fazer o sábio mais feliz e que sabiamente, ele possa fazer o outro mais feliz.
sábios e queridos formadores, essa palavra que acordei em mim e entreguei a vocês, deseja encontrar abrigo em outros corações. Os sábios florescem caminhos, desenham destinos.
Meus amados, acordem em vocês outras tantas palavras e caminhem presenteando pessoas ao longo da caminho. Palavras que cruzem rios, mares e cheguem ao lugar mais nobre e sublime a que se pode chegar: na alma, na vida das nossas crianças e de nossos jovens.

É esse o objetivo do GESTAR.
Cada um de vocês é portador da palavra que há de transformar o destino e desenhar novos caminhos e novos jeitos de caminhar dos alunos, em cada canto de nosso Brasil.

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