Relatório do 4º encontro do GESTAR II de Língua Portuguesa, TP3 unidade 12, realizado em 29 de maio de 2009, no prédio do IBAMA, no município de Tamandaré-PE, formadora Gênair Vitor Silva de Ataide
Iniciamos o encontro distribuindo a pauta em seguida fizemos um momento reflexivo sobre as estratégias de leituras que consta nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa na p. 69. Retornamos as sequências tipológicas: Descritivas, narrativas, injuntivas, dissertativas e preditivas. Fizemos um breve comentário sobre o texto dissertativo e suas subclassificações expositivas e argumentativas, logo após apresentamos o jornal Mulher, do Sindicato dos Profissionais em Educação (SINTEPE) para identificarmos os gêneros textuais com suas sequências tipológicas, essa atividade foi realizada em grupo com apresentação dos professores cursistas. Dando continuidade lemos o texto: Cão atividade 12 do TP3 p.117 para identificarmos o tema do texto e as exposições de ideias, logo após fizemos uma grande discussão sobre as características da tipologia dissertativa, lemos as informações da p. 121, logo em seguida expomos para os cursistas o relacionamento entre gênero e tipo e afirmamos que se torna impossível separá-los. Voltamos a pauta os nossos objetivos: Relacionar sequências tipológicas à classificação de gênero; analisar sequências tipológicas em gêneros textuais; Reconhecer a transposição de um formato de gênero textual para outro. Continuando o encontro esclarecemos aos cursistas sobre a flexibilidade e a rigidez dos gêneros, passamos para a atividade um da inter relação entre gêneros e tipos textuais. Essa atividade foi realizada em grupos baseada nos textos de Carlos Drummond de Andrade, Cidadezinha Qualquer e Quadrilha, sugerimos aos cursistas que levassem para sala de aula e trabalhasse com os alunos abordando também a parte gramatical principalmente período composto por subordinação. Em seguida analisamos o gênero textual: Carta e identificamos as sequências tipológicas. Essa atividade foi realizada em círculo, prosseguindo os estudos passamos para a atividade seis p.159, lemos os dois textos, identificamos os gêneros textuais, o tema abordado discutiu sobre a linguagem e identificamos a informalidades presentes nos textos e em seguida respondemos a atividade, por ultimo abordamos a intertextualidade entre os gêneros textuais, pedimos aos professores que observasse o texto publicitário da p. 166 e logo realizamos a discussão a respeito dos gêneros que são propícios para a intextualidade que é o caso dos textos publicitários.
terça-feira, 30 de junho de 2009
Relatórios Recebidos!
Relatório do 3º encontro do GESTAR II de Língua Portuguesa, TP3 unidade 11, no município de Tamandaré-PE
Iniciamos o encontro distribuindo a pauta e dando as boas vindas aos professores cursistas, depois lemos o pensamento de Rubens Alves Educar é ensina a pensar fizemos uma reflexão sobre essa frase, para muitos professores do grupo a maioria dos alunos não gostam de pensar, por isso torna-se o nosso trabalho difícil e desgastante. Em seguida fizemos a socialização das lições de casa, onde os professores cursistas relataram sobre a aplicabilidade das atividades propostas pelo GESTAR II realizada na sala de aula. Ouvimos individualmente cada professor e registramos os avanços, obstáculos e sugerimos atividades para facilitar a aprendizagem dos alunos. A maioria dos professores cursistas realizarem atividade com gênero textual biografia incentivando seus alunos a observarem e lerem a biografia de Carlos Drummond de Andrade, em seguida mostrou-lhes outras biografias que tem no livro adotado e usado pela escola, logo após o professor escreveu na lousa sua própria biografia, chamando a atenção dos alunos para os verbos que deveriam estar na terceira pessoa e no tempo passado, depois pediu que eles escrevessem sua própria biografia ou de uma pessoa, muitos realizaram a atividade em grupo outros realizaram a atividade individual e outros professores relataram que seus alunos ficaram muito curiosos, perguntando: “só existe biografia de pessoas famosas?” “pode-se contar algum segredo nesse texto”? “esse texto deve ser escrito sempre em prosa?”. Aproximadamente 90℅ dos professores tiveram resultados satisfatórios. Apenas 10℅ precisaram refazer as atividades, propondo-lhes novas transposições didáticas, muitos alunos escreveram o texto na primeira pessoa, logo os professores precisaram trabalhar foco narrativo e sequência temporal, muitos cursistas relataram que arrumaram a sala em círculos para facilitar a aprendizagem dos alunos, outros aproveitaram os textos produzidos pelos alunos para trabalharem verbo. Em geral os professores cursistas afirmaram que precisam modificar seus planejamentos para inserir outros conteúdos relativos a gêneros textuais, a professora Vera trabalhou fábulas com seus alunos da modalidade EJA ela fez a motivação da leitura explorou as gravuras, realizou provocações e constatou que alguns alunos têm dificuldades de compreensão. Nós sugerimos que trabalhassem constantemente leitura com seus alunos, ela finalizou o trabalho com uma produção de uma fábula. A professora Vandercleide trabalhou o gênero literário música da linguagem oral, fez sua transposição didática, usando a estratégia de antecipação do tema, para deixar os alunos curiosos, leu dados sobre o autor, leitura da música, cântico da música, pesquisa no verbete no dicionário e finalizou com a interpretação do texto escrito. De forma geral os professores afirmam que o curso GESTAR II está ajudando a melhorar sua prática pedagógica em sala de aula. A seguir o relatório da professora cursista da Escola Luiz Bezerra de Mello e amostragem das atividades dos alunos.
Relatório do 3º encontro do GESTAR II de Língua Portuguesa, TP3 unidade 11, no município de Tamandaré-PE
Iniciamos o encontro distribuindo a pauta e dando as boas vindas aos professores cursistas, depois lemos o pensamento de Rubens Alves Educar é ensina a pensar fizemos uma reflexão sobre essa frase, para muitos professores do grupo a maioria dos alunos não gostam de pensar, por isso torna-se o nosso trabalho difícil e desgastante. Em seguida fizemos a socialização das lições de casa, onde os professores cursistas relataram sobre a aplicabilidade das atividades propostas pelo GESTAR II realizada na sala de aula. Ouvimos individualmente cada professor e registramos os avanços, obstáculos e sugerimos atividades para facilitar a aprendizagem dos alunos. A maioria dos professores cursistas realizarem atividade com gênero textual biografia incentivando seus alunos a observarem e lerem a biografia de Carlos Drummond de Andrade, em seguida mostrou-lhes outras biografias que tem no livro adotado e usado pela escola, logo após o professor escreveu na lousa sua própria biografia, chamando a atenção dos alunos para os verbos que deveriam estar na terceira pessoa e no tempo passado, depois pediu que eles escrevessem sua própria biografia ou de uma pessoa, muitos realizaram a atividade em grupo outros realizaram a atividade individual e outros professores relataram que seus alunos ficaram muito curiosos, perguntando: “só existe biografia de pessoas famosas?” “pode-se contar algum segredo nesse texto”? “esse texto deve ser escrito sempre em prosa?”. Aproximadamente 90℅ dos professores tiveram resultados satisfatórios. Apenas 10℅ precisaram refazer as atividades, propondo-lhes novas transposições didáticas, muitos alunos escreveram o texto na primeira pessoa, logo os professores precisaram trabalhar foco narrativo e sequência temporal, muitos cursistas relataram que arrumaram a sala em círculos para facilitar a aprendizagem dos alunos, outros aproveitaram os textos produzidos pelos alunos para trabalharem verbo. Em geral os professores cursistas afirmaram que precisam modificar seus planejamentos para inserir outros conteúdos relativos a gêneros textuais, a professora Vera trabalhou fábulas com seus alunos da modalidade EJA ela fez a motivação da leitura explorou as gravuras, realizou provocações e constatou que alguns alunos têm dificuldades de compreensão. Nós sugerimos que trabalhassem constantemente leitura com seus alunos, ela finalizou o trabalho com uma produção de uma fábula. A professora Vandercleide trabalhou o gênero literário música da linguagem oral, fez sua transposição didática, usando a estratégia de antecipação do tema, para deixar os alunos curiosos, leu dados sobre o autor, leitura da música, cântico da música, pesquisa no verbete no dicionário e finalizou com a interpretação do texto escrito. De forma geral os professores afirmam que o curso GESTAR II está ajudando a melhorar sua prática pedagógica em sala de aula. A seguir o relatório da professora cursista da Escola Luiz Bezerra de Mello e amostragem das atividades dos alunos.
Relatório do 3º encontro do GESTAR II de Língua Portuguesa, TP3 unidade 11, no município de Tamandaré-PE
Iniciamos o encontro distribuindo a pauta e dando as boas vindas aos professores cursistas, depois lemos o pensamento de Rubens Alves Educar é ensina a pensar fizemos uma reflexão sobre essa frase, para muitos professores do grupo a maioria dos alunos não gostam de pensar, por isso torna-se o nosso trabalho difícil e desgastante. Em seguida fizemos a socialização das lições de casa, onde os professores cursistas relataram sobre a aplicabilidade das atividades propostas pelo GESTAR II realizada na sala de aula. Ouvimos individualmente cada professor e registramos os avanços, obstáculos e sugerimos atividades para facilitar a aprendizagem dos alunos. A maioria dos professores cursistas realizarem atividade com gênero textual biografia incentivando seus alunos a observarem e lerem a biografia de Carlos Drummond de Andrade, em seguida mostrou-lhes outras biografias que tem no livro adotado e usado pela escola, logo após o professor escreveu na lousa sua própria biografia, chamando a atenção dos alunos para os verbos que deveriam estar na terceira pessoa e no tempo passado, depois pediu que eles escrevessem sua própria biografia ou de uma pessoa, muitos realizaram a atividade em grupo outros realizaram a atividade individual e outros professores relataram que seus alunos ficaram muito curiosos, perguntando: “só existe biografia de pessoas famosas?” “pode-se contar algum segredo nesse texto”? “esse texto deve ser escrito sempre em prosa?”. Aproximadamente 90℅ dos professores tiveram resultados satisfatórios. Apenas 10℅ precisaram refazer as atividades, propondo-lhes novas transposições didáticas, muitos alunos escreveram o texto na primeira pessoa, logo os professores precisaram trabalhar foco narrativo e sequência temporal, muitos cursistas relataram que arrumaram a sala em círculos para facilitar a aprendizagem dos alunos, outros aproveitaram os textos produzidos pelos alunos para trabalharem verbo. Em geral os professores cursistas afirmaram que precisam modificar seus planejamentos para inserir outros conteúdos relativos a gêneros textuais, a professora Vera trabalhou fábulas com seus alunos da modalidade EJA ela fez a motivação da leitura explorou as gravuras, realizou provocações e constatou que alguns alunos têm dificuldades de compreensão. Nós sugerimos que trabalhassem constantemente leitura com seus alunos, ela finalizou o trabalho com uma produção de uma fábula. A professora Vandercleide trabalhou o gênero literário música da linguagem oral, fez sua transposição didática, usando a estratégia de antecipação do tema, para deixar os alunos curiosos, leu dados sobre o autor, leitura da música, cântico da música, pesquisa no verbete no dicionário e finalizou com a interpretação do texto escrito. De forma geral os professores afirmam que o curso GESTAR II está ajudando a melhorar sua prática pedagógica em sala de aula. A seguir o relatório da professora cursista da Escola Luiz Bezerra de Mello e amostragem das atividades dos alunos.
Relatórios Recebidos!
Relatório do 2º encontro do GESTAR II de Língua Portuguesa, TP3 unidade 10, realizado em 05 de maio de 2009, no prédio do IBAMA, no município de Tamandaré-PE, formadora Gênair Vitor Silva de Ataide
Iniciamos o nosso encontro distribuindo a pauta para os professores cursistas em seguida fizemos uma reflexão sobre leitura. O trecho foi retirado dos Parâmetros Curriculares Nacionais p. 69, após a discussão dos professores foi abordado o tema do encontro: Trabalhando com gêneros textuais onde realizamos uma leitura compartilhada da carta da professora Maria Luiza Monteiro Sales Coroa, a cada parágrafo que um professor lia parávamos e discutíamos, vimos que os gêneros e os tipos textuais já vinham há algum tempo sendo discutidos. A implantação dos Parâmetros Curriculares Nacionais trouxe essa preocupação para o ensino básico. Isso porque os parâmetros propõem o texto como unidade básica do trabalho com o ensino de Língua Portuguesa e os gêneros não se desvinculam dos textos. Apresentamos os nossos objetivos do encontro: Distinguir as características do gênero literário e do gênero não literário; caracterizar gênero poético de acordo com a função estética da linguagem; caracterizar uma das formas de realização do gênero poético: O cordel. Em seguida a professora leu o poema: José, de Carlos Drummond de Andrade, pois realizamos uma grande discussão privilegiando a estrutura poética dos poemas. Dando continuidade lemos o texto: Lavadeiras de Moçoró e comparamos com o texto de Drummond, sabendo-se que ambos são literários. Ainda foi distribuído para os cursistas material de apoio sobre contos, crônicas, romance, novelas para facilitar o trabalho com a estrutura textual; nesse momento abordamos sobre suporte, demos vários exemplos e pedimos aos professores que trabalhem em sala de aula esse assunto, porque será exigido na prova Brasil dos alunos da 8ª série. Dando continuidade dividimos a turma em dois grupos, um dos grupos trabalhou o texto: O operário em construção de Vinícius de Moraes e outro trabalharam o texto: Construção de Chico Buarque. Além das atividades propostas pelo TP3, os professores fizeram inferências, comparações e sugeriram atividades a fim de que pudéssemos trabalhar com os alunos e por ultimo estudamos a subclassificação do gênero poético: O cordel, tipicamente da nossa região do nosso estado onde alguns professores têm afinidade de trabalhar com esse gênero, em grupo lemos o texto: Justiça do Trabalho – Uma Justiça Popular de Antônio Klévisson Viana. Discutimos a facilidade que esse gênero traz para se trabalhar com textos poéticos abordando temas locais, regionais e nacionais. Realizamos oficinas em grupos com gênero: Cordel. Finalizando o encontro foi passada a lição de casa: TP3 p. 185.
Iniciamos o nosso encontro distribuindo a pauta para os professores cursistas em seguida fizemos uma reflexão sobre leitura. O trecho foi retirado dos Parâmetros Curriculares Nacionais p. 69, após a discussão dos professores foi abordado o tema do encontro: Trabalhando com gêneros textuais onde realizamos uma leitura compartilhada da carta da professora Maria Luiza Monteiro Sales Coroa, a cada parágrafo que um professor lia parávamos e discutíamos, vimos que os gêneros e os tipos textuais já vinham há algum tempo sendo discutidos. A implantação dos Parâmetros Curriculares Nacionais trouxe essa preocupação para o ensino básico. Isso porque os parâmetros propõem o texto como unidade básica do trabalho com o ensino de Língua Portuguesa e os gêneros não se desvinculam dos textos. Apresentamos os nossos objetivos do encontro: Distinguir as características do gênero literário e do gênero não literário; caracterizar gênero poético de acordo com a função estética da linguagem; caracterizar uma das formas de realização do gênero poético: O cordel. Em seguida a professora leu o poema: José, de Carlos Drummond de Andrade, pois realizamos uma grande discussão privilegiando a estrutura poética dos poemas. Dando continuidade lemos o texto: Lavadeiras de Moçoró e comparamos com o texto de Drummond, sabendo-se que ambos são literários. Ainda foi distribuído para os cursistas material de apoio sobre contos, crônicas, romance, novelas para facilitar o trabalho com a estrutura textual; nesse momento abordamos sobre suporte, demos vários exemplos e pedimos aos professores que trabalhem em sala de aula esse assunto, porque será exigido na prova Brasil dos alunos da 8ª série. Dando continuidade dividimos a turma em dois grupos, um dos grupos trabalhou o texto: O operário em construção de Vinícius de Moraes e outro trabalharam o texto: Construção de Chico Buarque. Além das atividades propostas pelo TP3, os professores fizeram inferências, comparações e sugeriram atividades a fim de que pudéssemos trabalhar com os alunos e por ultimo estudamos a subclassificação do gênero poético: O cordel, tipicamente da nossa região do nosso estado onde alguns professores têm afinidade de trabalhar com esse gênero, em grupo lemos o texto: Justiça do Trabalho – Uma Justiça Popular de Antônio Klévisson Viana. Discutimos a facilidade que esse gênero traz para se trabalhar com textos poéticos abordando temas locais, regionais e nacionais. Realizamos oficinas em grupos com gênero: Cordel. Finalizando o encontro foi passada a lição de casa: TP3 p. 185.
Relatórios Recebidos!
1º encontro do GESTAR II de Língua Portuguesa, TP3 Unidade 9, realizado em 28 de abril de 2009, no prédio do IBAMA, no município de Tamandaré-PE, formadora Gênair Vitor Silva de Ataide
Iniciamos as atividades com a presença da diretora de ensino, dando as boas vindas e incentivando os professores cursistas, falou sobre a importância do curso na prática pedagógica do professor para uma melhor transposição didática e fez menção ao resultado do IDEB do município. Depois apresentamos a pauta das atividades e distribuímos os kits, logo fizemos um breve comentário sobre a estrutura da obra dando ênfase ao guia geral que é o nosso contrato didático. Iniciamos os estudos pelo TP3, onde abordamos o tema: Gêneros textuais do intuitivo aos sistematizado, no qual comentamos sofre os gêneros textuais como e por que devemos trabalhar em sala de aula, realizamos uma discussão afirmando que eles foram citados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. Daí todo professor deve trabalhar em suas aulas, porque não falamos ou escrevemos palavras soltas, nós nos comunicamos por texto, por isso a grande necessidade de se trabalhar os gêneros textuais na escola. Em seguida lemos a carta da professora Maria Luiza Monteiro Sales Coroa. Após a leitura surgiram vários comentários sobre os gêneros textuais e como à escola cabe aproveitar esse conhecimento intuitivo sistematizar e tornar consciente o uso dos diferentes gêneros textuais com os quais convivemos nos diversos níveis das nossas práticas sociais. Em seguida mostramos para os cursistas cinco figuras para leitura de imagem, afim de que eles descobrissem o tema do texto, após esse momento discutimos sobre o que é texto logo lemos e mostramos três textos de gêneros diferentes. Em seguida fizemos estudos em grupos com discussão sobre os conhecimentos prévios de leitura que deverão ser explorados pelo professor para facilitar na compreensão do texto. Ainda em grupo realizamos oficinas sobre as competências sóciocomunicativas, os professores divididos em grupos produziram com o mesmo tema diversos gêneros textuais, logo após apresentaram para o grande grupo. Ao final desse momento discutimos sobre a finalidade e uso dos gêneros na sociedade, bem como o surgimento e desaparecimento deles, dependendo do fator social e cultural. Prosseguindo o encontro estudamos a classificação dos gêneros textuais, vimos que um tema pode se apresentar em mais de um gênero logo realizamos a ultima oficina do encontro transformando um gênero em outro gênero diferente. Finalizamos o encontro solicitando aos professores cursistas que lessem o texto: gêneros textuais: definição e funcionalidade do professor Luiz Antônio Marcurchi e elaborassem uma síntese que irá fazer parte do portifólio.
Iniciamos as atividades com a presença da diretora de ensino, dando as boas vindas e incentivando os professores cursistas, falou sobre a importância do curso na prática pedagógica do professor para uma melhor transposição didática e fez menção ao resultado do IDEB do município. Depois apresentamos a pauta das atividades e distribuímos os kits, logo fizemos um breve comentário sobre a estrutura da obra dando ênfase ao guia geral que é o nosso contrato didático. Iniciamos os estudos pelo TP3, onde abordamos o tema: Gêneros textuais do intuitivo aos sistematizado, no qual comentamos sofre os gêneros textuais como e por que devemos trabalhar em sala de aula, realizamos uma discussão afirmando que eles foram citados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. Daí todo professor deve trabalhar em suas aulas, porque não falamos ou escrevemos palavras soltas, nós nos comunicamos por texto, por isso a grande necessidade de se trabalhar os gêneros textuais na escola. Em seguida lemos a carta da professora Maria Luiza Monteiro Sales Coroa. Após a leitura surgiram vários comentários sobre os gêneros textuais e como à escola cabe aproveitar esse conhecimento intuitivo sistematizar e tornar consciente o uso dos diferentes gêneros textuais com os quais convivemos nos diversos níveis das nossas práticas sociais. Em seguida mostramos para os cursistas cinco figuras para leitura de imagem, afim de que eles descobrissem o tema do texto, após esse momento discutimos sobre o que é texto logo lemos e mostramos três textos de gêneros diferentes. Em seguida fizemos estudos em grupos com discussão sobre os conhecimentos prévios de leitura que deverão ser explorados pelo professor para facilitar na compreensão do texto. Ainda em grupo realizamos oficinas sobre as competências sóciocomunicativas, os professores divididos em grupos produziram com o mesmo tema diversos gêneros textuais, logo após apresentaram para o grande grupo. Ao final desse momento discutimos sobre a finalidade e uso dos gêneros na sociedade, bem como o surgimento e desaparecimento deles, dependendo do fator social e cultural. Prosseguindo o encontro estudamos a classificação dos gêneros textuais, vimos que um tema pode se apresentar em mais de um gênero logo realizamos a ultima oficina do encontro transformando um gênero em outro gênero diferente. Finalizamos o encontro solicitando aos professores cursistas que lessem o texto: gêneros textuais: definição e funcionalidade do professor Luiz Antônio Marcurchi e elaborassem uma síntese que irá fazer parte do portifólio.
Relatórios Recebidos!
Relatório da aula introdutória do GESTAR II de Língua Portuguesa, realizada em 10 de março de 2009, no salão da Secretaria de Educação no município de Tamandaré-PE formadora Gênair Vitor Silva de Ataide
O encontro teve início às 14 horas com a presença dos professores de Língua Portuguesa e de Matemática da rede municipal de ensino; os coordenadores das escolas municipais, pessoal da equipe técnica pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, os diretores das escolas, as formadoras do GESTAR II, e a coordenadora da formação continuada em serviço. A abertura do encontro foi feita pela Senhora Secretária de Educação do Município Dona Fernanda Moraes onde falou da importância da formação para os profissionais de educação das áreas de Língua Portuguesa e Matemática, do termo de adesão do município e ressaltou o resultado do IDEB conscientizando todos para a melhoria do ensino aprendizagem do nosso município disse ainda que o município irá oferecer transportes para os professores do distrito e os diretores iria organizar os horários a fim de que todos pudessem participar da formação continuada em serviço. Nessa ocasião afirmou que o curso iria funcionar uma vez por semana com quatro horas de duração, em seguida apresentou a equipe do GESTAR II e passou a palavra para mim. Fiz uso da palavra cumprimentando a todos e chamando a atenção dos colegas para a formação continuada em serviço dizendo que seria uma grande oportunidade de nós atualizarmos nossos conhecimentos para que pudéssemos melhorar a qualidade do ensino oferecido pelo município e consequentemente melhorar o IDEB, que os cursos em serviço já estavam previsto desde os Parâmetros Curriculares Nacionais e que gostaria de contar com a sensibilidade de todos nesse novo desafio. Através do data show mostrei a caracterização do GESTAR II dizendo que é um programa de formação continuada semipresencial orientado para a formação de professores de Língua Portuguesa e Matemática, objetivando a melhoria do processo de ensino aprendizagem. O fogo do programa é a atualização dos saberes profissionais por meio de subsídios e do acompanhamento da ação do professor no próprio local de trabalho e tem como base os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa e Matemática dos alunos de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental; a finalidade do programa é elevar a competência dos professores e de seus alunos e, consequentemente, melhorar a capacidade de compreensão e intervenção sobre a realidade sociocultural. Falamos da modalidade do programa que é semipresencial no qual os encontros presenciais para realização de atividades como: Troca de experiências e reflexão individual e em grupos; esclarecimentos de dúvidas e questionamentos; planejamento e elaboração de situações didáticas, analise crítica da prática em sala de aula e de atividades dos alunos, abordei também as ações integrantes do GESTAR II, são: Formação continuada em serviço para professores e formadores dentro das ações estão atividades individuais a distância para os professores cursistas, kit que é o material para os estudos teóricos e práticos; oficinas coletivas, plantão pedagógico e o acompanhamento pedagógico que essa atividade deve incluir a participação do observador, se requisitado pelo professor. Portanto não teve ser uma observação passiva, mas sim ativa e interativa, na qual o observador apoia o professor, citei também o sistema de avaliação do GESTAR II, para os alunos, diagnóstica e para os professores seria formativa, abordei também os fundamentos da proposta pedagógica do GESTAR II que tem consonância com a proposta pedagógica local, como: Ensino aprendizagem; relação professor-aluno; papel do professor; sala de aula: Espaço educativo; avaliação; concepção de competência; relação entre comunidade e escola no papel educacional e finalmente apresentei o objetivo geral e as competências do GESTAR II nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática. Facultei a palavra, a representante dos professores indagou sobre o corpo teórico que compõe o curso. Citei: Marcuschi, Magda Soares, Koch, Bakhtin entre outros. Citei também os direitos e deveres dos cursistas para certificação. Nesse dia foi realizado as inscrições dos professores e eu distribui o texto para elaboração do memorial. Os professores presentes assinaram a ata de presença que se encontra arquivados na Secretaria Municipal de Educação.
O encontro teve início às 14 horas com a presença dos professores de Língua Portuguesa e de Matemática da rede municipal de ensino; os coordenadores das escolas municipais, pessoal da equipe técnica pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, os diretores das escolas, as formadoras do GESTAR II, e a coordenadora da formação continuada em serviço. A abertura do encontro foi feita pela Senhora Secretária de Educação do Município Dona Fernanda Moraes onde falou da importância da formação para os profissionais de educação das áreas de Língua Portuguesa e Matemática, do termo de adesão do município e ressaltou o resultado do IDEB conscientizando todos para a melhoria do ensino aprendizagem do nosso município disse ainda que o município irá oferecer transportes para os professores do distrito e os diretores iria organizar os horários a fim de que todos pudessem participar da formação continuada em serviço. Nessa ocasião afirmou que o curso iria funcionar uma vez por semana com quatro horas de duração, em seguida apresentou a equipe do GESTAR II e passou a palavra para mim. Fiz uso da palavra cumprimentando a todos e chamando a atenção dos colegas para a formação continuada em serviço dizendo que seria uma grande oportunidade de nós atualizarmos nossos conhecimentos para que pudéssemos melhorar a qualidade do ensino oferecido pelo município e consequentemente melhorar o IDEB, que os cursos em serviço já estavam previsto desde os Parâmetros Curriculares Nacionais e que gostaria de contar com a sensibilidade de todos nesse novo desafio. Através do data show mostrei a caracterização do GESTAR II dizendo que é um programa de formação continuada semipresencial orientado para a formação de professores de Língua Portuguesa e Matemática, objetivando a melhoria do processo de ensino aprendizagem. O fogo do programa é a atualização dos saberes profissionais por meio de subsídios e do acompanhamento da ação do professor no próprio local de trabalho e tem como base os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa e Matemática dos alunos de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental; a finalidade do programa é elevar a competência dos professores e de seus alunos e, consequentemente, melhorar a capacidade de compreensão e intervenção sobre a realidade sociocultural. Falamos da modalidade do programa que é semipresencial no qual os encontros presenciais para realização de atividades como: Troca de experiências e reflexão individual e em grupos; esclarecimentos de dúvidas e questionamentos; planejamento e elaboração de situações didáticas, analise crítica da prática em sala de aula e de atividades dos alunos, abordei também as ações integrantes do GESTAR II, são: Formação continuada em serviço para professores e formadores dentro das ações estão atividades individuais a distância para os professores cursistas, kit que é o material para os estudos teóricos e práticos; oficinas coletivas, plantão pedagógico e o acompanhamento pedagógico que essa atividade deve incluir a participação do observador, se requisitado pelo professor. Portanto não teve ser uma observação passiva, mas sim ativa e interativa, na qual o observador apoia o professor, citei também o sistema de avaliação do GESTAR II, para os alunos, diagnóstica e para os professores seria formativa, abordei também os fundamentos da proposta pedagógica do GESTAR II que tem consonância com a proposta pedagógica local, como: Ensino aprendizagem; relação professor-aluno; papel do professor; sala de aula: Espaço educativo; avaliação; concepção de competência; relação entre comunidade e escola no papel educacional e finalmente apresentei o objetivo geral e as competências do GESTAR II nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática. Facultei a palavra, a representante dos professores indagou sobre o corpo teórico que compõe o curso. Citei: Marcuschi, Magda Soares, Koch, Bakhtin entre outros. Citei também os direitos e deveres dos cursistas para certificação. Nesse dia foi realizado as inscrições dos professores e eu distribui o texto para elaboração do memorial. Os professores presentes assinaram a ata de presença que se encontra arquivados na Secretaria Municipal de Educação.
segunda-feira, 29 de junho de 2009
MEMORIAL
Entre o sono e o sonho/entre mim e o que em mim é o que eu me suponho/
corre um rio sem fim.” (Fernando Pessoa)
As leituras que tenho feito ao longo do caminho é que me possibilitam a escritura desse texto. Quantas vezes temos que nos reportar aos livros para sustentar nosso dizer e nosso fazer como educadores?
Falar de minhas experiências com a leitura é falar de amor e de muita dor. É tocar o dedo nas feridas.
Como começar?
Começo do fim?
Não é melhor começar pelo início. Ao final vejo como amarro esse tecido textual com o tecido da minha vida. Ambos se confundem, enlaçam fios e cores numa tessitura única. Porque assim é cada vida. Assim é cada ser.
Eu fui atrás das letras. Segui uma trilha solitária.
E as encontrei. Elas sorriram para mim e jamais me abandonaram.
Foi por volta dos meus 4 ou 5 anos. Minhas irmãs iam para a escola e eu as acompanhava de longe. Se me vissem não me deixariam ir. A escola era uma casa. A professora era a dona da casa. Aprendera a ler e ensinava as crianças dela e as crianças das fazendas vizinhas. Eu ficava do lado de fora. Tudo que a professora falava lá dentro eu repetia baixinho: ma-ta, ta-tu... O quadro negro era feito de tábuas. Ela copiava lá e eu escrevia no chão duro, de terra batida, com um pedaço de pau. Lembro-me do dia que aprendi o R maiúsculo. O R de Rosa.
Primeira leitura foi em uma lata que minha mãe guardava polvilho. Eu li: “Óleo de amendoim”.Guardei segredo.
Guardar segredo desse momento mágico! Por quê?
É que certo dia estava no quarto folheando os livros de minhas irmãs, as cartilhas, e uma delas viu e saiu correndo e gritando meu pai. Levei uma surra. Estava proibida de mexer nos objetos de escola delas. Objetos de desejo. Como eu os desejava! Chorei muito e não dormi à noite. Eu só queria ver! Pegava escondidos pedaços de jornais e de revistas que vinham embrulhando as compras e levava para o milharal. E lá eu lia. Lia em voz alta, gesticulava. Apontava as montanhas, o céu.
Nessa época morávamos no alto da serra. Alto-Porã, município de Pedregulho, no Estado de São Paulo. Lá do alto avistava o Rio Grande e as montanhas que ficavam do outro lado do rio. Uma paisagem magnífica que jamais saiu de meus olhos e de minha alma.
Corria o ano de 1963, estava com 7 anos, quando atravessamos a ponte. Fomos morar em Uberaba, Minas Gerais. Seis meses depois de nossa mudança papai faleceu.
Fui morar com uma família. Fazia pequenos serviços domésticos em troca de comida, roupa, calçados. Em 1966, estava eu com 10 anos, quando me matricularam no Grupo Escolar.
Já no primeiro dia de aula, a professora nos deu uma cartilha. Novinha. Estava encapada com papel pardo. E eu li. Li em voz alta como se estivesse lendo para o cafezal em flor, para as montanhas. Ignorei a presença da professora, dos alunos. Finalmente eu estava na escola e tinha nas mãos uma cartilha. Foi o dia mais feliz da minha infância.
Quando acabei de ler a professora levou-me para o primeiro ano “adiantado”.
Ao final de cada ano eu ganhava um presente por ser a primeira aluna da sala. Lembro-me apenas de um que ganhei na segunda série: Um livro que veio com dedicatória da professora Áurea Celeste. “A Cabana do Pai Tomaz”. Era a triste história de um escravo em fuga.
Outra lembrança de leitura que me marcou deu-se no quarto ano. Toda sexta-feira, depois do recreio, a professora entrava na sala com um enorme livro vermelho, de capa dura, e lia uma história para nós. Rapunzel, João e o pé de feijão, A bonequinha preta... A voz suave da professora ecoava pela sala e ficou guardada para sempre em minha memória.
Concluí o ensino primário no final de 1969 com direito à solenidades de formatura. Missa, entrega de certificados e discursos políticos.
Fui oradora da turma. No meu texto fiz um breve relato sobre meu ingresso no mundo dos letrados. Lembro-me de que muito dos presentes choraram. Eu estava feliz. Só isso.
Neste momento, a lembrança desse dia dói em minha alma. Aos 13 anos, eu lia as palavras, mas não aprendera ainda a ler a vida.“Na escola primária/Ivo viu a uva/e aprendeu a ler.”
No início do ano seguinte, fui morar e trabalhar em Brasília. Era babá. Foram três anos sem ver minha família, três anos sem férias, três anos fora da escola. Lia muito. Jornais e revistas, e li ainda A moreninha, Meu pé de laranja lima, e Senhora. Escrevia cartas. Muitas cartas.
Retornei a Uberaba no final de 1973 e não cheguei a ficar um mês com a minha família.
Estava com 16 anos, e conheci meu primeiro amor Ao ficar rapaz/Ivo viu a Eva/e aprendeu a amar.
Mudei-me para Presidente Prudente, estado de São Paulo, com outra família. Era um casal e 4 filhos. Fiz o exame de admissão. Retornei à escola. Ficamos em Prudente um ano e nos mudamos para Pariquera-Açu, cidadezinha litorânea próxima a Iguape. Perdi meu grande amor sem ao menos tê-lo namorado. Trocamos centenas de cartas. Devia tê-las guardado, porque eram belíssimos poemas. Eu lia muito.A biblioteca da casa era riquíssima e estava sempre sendo atualizada.
Em meados de 1976, retornei para Uberaba. Fui morar com uma tradicional família da cidade.
Era então dama de companhia de uma senhora acamada. Ela perdera a visão por causa da doença. Das 19 às 23 horas uma funcionária me substituía para eu ir para o colégio. Fiz o colegial no COC. Numa madrugada, a senhora percebeu que estava acordada e perguntou-me o que eu estava fazendo. Disse que estava lendo um livro. Era Grande sertão: Veredas. – Veja que lindo! – eu dissera – e li um longo trecho para ela. Depois daquele dia, tornou-se rotina eu ler para ela os romances, os poemas, indicados pelos professores. Numa fria manhã de abril ela acordou sorrindo e disse que havia sonhado comigo. Perguntei-lhe como eu era em seu sonho. Ela respondeu: – Como você é. Linda! Chorei muito. Poucas horas depois ela dormiria para não mais acordar. Nessa época eu já estava na Universidade e dava aulas no COC no turno matutino. Inúmeros questionamentos foram tornando-se relevantes, fazendo com que buscasse melhor fundamentação para reflexões que, desde o início de minha formação acadêmica, surgiam como fundamentais. Tematizava a importância da linguagem na constituição de formas de significação da existência. Como diz Foucault, “é preciso compreender um acontecimento como uma relação de forças que se inverte, um poder confiscado, um vocabulário retomado e voltado contra seus utilizadores, uma dominação que se enfraquece, se amplia e se envenena e uma outra que faz entrada mascarada”. O ano era 1980. Passei a trabalhar dois períodos no colégio, no período vespertino, eu era professora “eventual”.
Casei-me no início de 1981. Nesse mesmo ano nascera minha filha Sílvia Beatriz e em 1982 nasceu meu filho, Sílvio Diogo.
De 81 a 83 dividia minha vida entre a universidade e a educação dos meus filhos. Comprava muitos livros para eles, mas à noite as histórias vinham de minha memória. E eu as contava dramatizando, cantando...
Meus filhos foram o maior legado que a vida reservou para mim. Com eles e por eles aprendi a arte de viver. Foram eles que despertaram em mim o olhar atento para o grande espetáculo da vida. Aprendi a olhar e aprendi a ver além. Muito além das aparências.
Em 1986 fiz minha primeira Especialização em Língua Portuguesa. Tive a felicidade de conhecer e de aprender com Eni Orlandi, Eduardo Guimarães, Eugênio Estevam, Maria Luiza Braga, Kanavillil Rajagopalan, Silvana Mabel Serrani. Eles vieram da Unicamp para dar as aulas no Curso. Muitas leituras. Aprendizado e vivência.
Nesse mesmo ano retornei à escola como professora do Ensino Médio. Acompanharam-me Paulo Freire, Rubem Alves, Edgar Morin, Moacir Gadotti, Pedro Demo e tantos outros estudiosos, que sustentaram minha prática pedagógica. Considerando que duas características dos discursos são a dispersão e a polissemia, concebo que conceitos e teorias são fenômenos culturais, socialmente construídos e legitimados. Assim, entendo o conhecimento não como algo a ser possuído, mas algo que se constrói de modo dinâmico e processual. Sendo assim, o rigor e a avaliação na aplicação do procedimento metodológico são fenômenos da ordem da intersubjetividade e estão vinculados à possibilidade de socializar o processo interpretativo.
Minha trajetória profissional tem estado vinculada, durante esses 22 anos, na área de educação, tendo trabalhado em todos os níveis educacionais (Educação Básica e Ensino Superior – Graduação, Projetos de Pesquisa e de Extensão). Atuei com coordenadora pedagógica da área de Língua Portuguesa. Minha experiência de docência é basicamente como professora.
Uma preocupação central em minha trajetória profissional e acadêmica tem sido vinculada à área da prática de leitura e de escrita.
Concebi que, como educadora, torna-se premente a necessidade de fazer perguntas vitais sobre nosso ofício e nosso papel, sobre nosso trabalho e nossa responsabilidade. Um discurso que pretenda uma unificação do pensamento e da perspectiva sobre determinado assunto fecha o campo de significação, tornando restritas as alternativas, fixando e naturalizando o discurso. No entanto, um projeto educativo pode ser sempre outra coisa, pode adquirir outros significados, pode incorporar outros sentidos. É possível fazer outras perguntas, definir outros problemas de outra forma. Assim, nós educadores e educadoras abrimos o campo do social e do político para a produtividade e a polissemia, para a multiplicidade e a produção de novas possibilidades.
No meu entender, a produção do conhecimento é uma atividade de construção, num tempo e espaço definidos, constituidora de uma realidade tanto objetiva quanto subjetiva, e mesmo intersubjetiva. Nesta perspectiva, a realidade é tida como um fenômeno histórico, cultural e dinâmico, e o ser humano é um produto social, ainda que não determinado. Os critérios que utilizamos para descrever, para explicar, para analisar, são produtos de nossas próprias convenções e práticas e são influenciados por nossa subjetividade, não havendo, assim, qualquer possibilidade de neutralidade.
Portanto, a pesquisa se oferece ao exame de suas próprias convenções, pois seu objetivo é dar visibilidade às opções que nela estão refletidas.
A segunda especialização foi em Lingüística Aplicada ao ensino de Língua materna. Mais uma caminhada ao lado de grandes mestres: Doutora Ormezinda Maria Ribeiro, Aya, UnB; Dr. João Bosco e Dr Cleudemar, UFU; Dra Vânia Maria Resende, USP; Dr. Carlos Brandão e tantos outros mestres. Além desses havia Vigotsky, Sírio Possenti, Bakhtin, Barthes, Kleiman...
O trabalho de conclusão foi orientado pela professora Aya. “O texto poético em sala de aula: para além do dizível”. Artigo publicado na Revista Athos&Ethos.
O caminho profissional foi sempre partilhado com a tarefa prazerosa de ser mãe.
Em minha trajetória humana fui Gata Borralheira, Cinderela, Macabéa, Ana Moura, Clarissa, Madalena (Paulo Honório).
Hoje sou mais eu. Eu mesma. A professora Rosa Maria Olimpio. A rosa do alto da serra.
Atualmente trabalho como formadora do GESTAR pela UnB, Brasília. Viajo pelo Brasil levando aos educadores a crença do programa GESTAR, que é chegar aos alunos – crianças como eu fui em minha infância – o acesso ao mundo da cidadania assegurada pela aprendizagem da leitura. Leitura da palavra. Leitura do mundo.
No fino tear do destino, teci um final feliz para a história daquela menina que de sua mais profunda solidão atravessou o rio, as montanhas e se lançou por inteira no mundo da arte, cuja matéria prima está sempre à espera de ser lapidada: a palavra
A poética da palavra como paixão criativa, que gesta discursos provocadores. Recordo-me de uma declaração de Friedrich Nietzsche, em seu livro Humano, demasiado humano: “Há tensão e paixão que caracterizam aqueles que arriscam deslocar-se para lugares desconhecidos, desafiam verdades prontas, movem-se em busca de conhecimentos novos, viajam pelo conhecimento. Aquele que pretende apenas em certa medida alcançar a liberdade da razão não tem durante muito tempo o direito de se sentir sobre a terra, senão como um viajante – e nem sequer como um viajante que se encaminhe para um ponto de chegada; pois este não existe. Terá em vista, isso sim, observar bem e manter os olhos abertos para tudo o que realmente se passa no mundo; [...] é necessário que nele haja sempre algo de viajante, cujo prazer reside na mudança e na passagem”.
Acrescento minha experiência pessoal ao comentário de Nietzsche, com a poesia existencial de Clarice Lispector, e encerro esse memorial.
“Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.”
E creio que, nos caminhos por onde andei, o chão ficou cor-de-rosa.
PRIMEIRA LIÇÃO
Na escola primária
Ivo viu a uva
e aprendeu a ler.
Ao ficar rapaz
Ivo viu a Eva
e aprendeu a amar.
E sendo homem feito
Ivo viu o mundo
seus comes e bebes.
Um dia no muro
Ivo soletrou
a lição da plebe.
E aprendeu a ver.
Ivo viu a ave?
Ivo viu o ovo?
Na nova cartilha
Ivo viu a greve
Ivo viu o povo.
(Lêdo Ivo)
corre um rio sem fim.” (Fernando Pessoa)
As leituras que tenho feito ao longo do caminho é que me possibilitam a escritura desse texto. Quantas vezes temos que nos reportar aos livros para sustentar nosso dizer e nosso fazer como educadores?
Falar de minhas experiências com a leitura é falar de amor e de muita dor. É tocar o dedo nas feridas.
Como começar?
Começo do fim?
Não é melhor começar pelo início. Ao final vejo como amarro esse tecido textual com o tecido da minha vida. Ambos se confundem, enlaçam fios e cores numa tessitura única. Porque assim é cada vida. Assim é cada ser.
Eu fui atrás das letras. Segui uma trilha solitária.
E as encontrei. Elas sorriram para mim e jamais me abandonaram.
Foi por volta dos meus 4 ou 5 anos. Minhas irmãs iam para a escola e eu as acompanhava de longe. Se me vissem não me deixariam ir. A escola era uma casa. A professora era a dona da casa. Aprendera a ler e ensinava as crianças dela e as crianças das fazendas vizinhas. Eu ficava do lado de fora. Tudo que a professora falava lá dentro eu repetia baixinho: ma-ta, ta-tu... O quadro negro era feito de tábuas. Ela copiava lá e eu escrevia no chão duro, de terra batida, com um pedaço de pau. Lembro-me do dia que aprendi o R maiúsculo. O R de Rosa.
Primeira leitura foi em uma lata que minha mãe guardava polvilho. Eu li: “Óleo de amendoim”.Guardei segredo.
Guardar segredo desse momento mágico! Por quê?
É que certo dia estava no quarto folheando os livros de minhas irmãs, as cartilhas, e uma delas viu e saiu correndo e gritando meu pai. Levei uma surra. Estava proibida de mexer nos objetos de escola delas. Objetos de desejo. Como eu os desejava! Chorei muito e não dormi à noite. Eu só queria ver! Pegava escondidos pedaços de jornais e de revistas que vinham embrulhando as compras e levava para o milharal. E lá eu lia. Lia em voz alta, gesticulava. Apontava as montanhas, o céu.
Nessa época morávamos no alto da serra. Alto-Porã, município de Pedregulho, no Estado de São Paulo. Lá do alto avistava o Rio Grande e as montanhas que ficavam do outro lado do rio. Uma paisagem magnífica que jamais saiu de meus olhos e de minha alma.
Corria o ano de 1963, estava com 7 anos, quando atravessamos a ponte. Fomos morar em Uberaba, Minas Gerais. Seis meses depois de nossa mudança papai faleceu.
Fui morar com uma família. Fazia pequenos serviços domésticos em troca de comida, roupa, calçados. Em 1966, estava eu com 10 anos, quando me matricularam no Grupo Escolar.
Já no primeiro dia de aula, a professora nos deu uma cartilha. Novinha. Estava encapada com papel pardo. E eu li. Li em voz alta como se estivesse lendo para o cafezal em flor, para as montanhas. Ignorei a presença da professora, dos alunos. Finalmente eu estava na escola e tinha nas mãos uma cartilha. Foi o dia mais feliz da minha infância.
Quando acabei de ler a professora levou-me para o primeiro ano “adiantado”.
Ao final de cada ano eu ganhava um presente por ser a primeira aluna da sala. Lembro-me apenas de um que ganhei na segunda série: Um livro que veio com dedicatória da professora Áurea Celeste. “A Cabana do Pai Tomaz”. Era a triste história de um escravo em fuga.
Outra lembrança de leitura que me marcou deu-se no quarto ano. Toda sexta-feira, depois do recreio, a professora entrava na sala com um enorme livro vermelho, de capa dura, e lia uma história para nós. Rapunzel, João e o pé de feijão, A bonequinha preta... A voz suave da professora ecoava pela sala e ficou guardada para sempre em minha memória.
Concluí o ensino primário no final de 1969 com direito à solenidades de formatura. Missa, entrega de certificados e discursos políticos.
Fui oradora da turma. No meu texto fiz um breve relato sobre meu ingresso no mundo dos letrados. Lembro-me de que muito dos presentes choraram. Eu estava feliz. Só isso.
Neste momento, a lembrança desse dia dói em minha alma. Aos 13 anos, eu lia as palavras, mas não aprendera ainda a ler a vida.“Na escola primária/Ivo viu a uva/e aprendeu a ler.”
No início do ano seguinte, fui morar e trabalhar em Brasília. Era babá. Foram três anos sem ver minha família, três anos sem férias, três anos fora da escola. Lia muito. Jornais e revistas, e li ainda A moreninha, Meu pé de laranja lima, e Senhora. Escrevia cartas. Muitas cartas.
Retornei a Uberaba no final de 1973 e não cheguei a ficar um mês com a minha família.
Estava com 16 anos, e conheci meu primeiro amor Ao ficar rapaz/Ivo viu a Eva/e aprendeu a amar.
Mudei-me para Presidente Prudente, estado de São Paulo, com outra família. Era um casal e 4 filhos. Fiz o exame de admissão. Retornei à escola. Ficamos em Prudente um ano e nos mudamos para Pariquera-Açu, cidadezinha litorânea próxima a Iguape. Perdi meu grande amor sem ao menos tê-lo namorado. Trocamos centenas de cartas. Devia tê-las guardado, porque eram belíssimos poemas. Eu lia muito.A biblioteca da casa era riquíssima e estava sempre sendo atualizada.
Em meados de 1976, retornei para Uberaba. Fui morar com uma tradicional família da cidade.
Era então dama de companhia de uma senhora acamada. Ela perdera a visão por causa da doença. Das 19 às 23 horas uma funcionária me substituía para eu ir para o colégio. Fiz o colegial no COC. Numa madrugada, a senhora percebeu que estava acordada e perguntou-me o que eu estava fazendo. Disse que estava lendo um livro. Era Grande sertão: Veredas. – Veja que lindo! – eu dissera – e li um longo trecho para ela. Depois daquele dia, tornou-se rotina eu ler para ela os romances, os poemas, indicados pelos professores. Numa fria manhã de abril ela acordou sorrindo e disse que havia sonhado comigo. Perguntei-lhe como eu era em seu sonho. Ela respondeu: – Como você é. Linda! Chorei muito. Poucas horas depois ela dormiria para não mais acordar. Nessa época eu já estava na Universidade e dava aulas no COC no turno matutino. Inúmeros questionamentos foram tornando-se relevantes, fazendo com que buscasse melhor fundamentação para reflexões que, desde o início de minha formação acadêmica, surgiam como fundamentais. Tematizava a importância da linguagem na constituição de formas de significação da existência. Como diz Foucault, “é preciso compreender um acontecimento como uma relação de forças que se inverte, um poder confiscado, um vocabulário retomado e voltado contra seus utilizadores, uma dominação que se enfraquece, se amplia e se envenena e uma outra que faz entrada mascarada”. O ano era 1980. Passei a trabalhar dois períodos no colégio, no período vespertino, eu era professora “eventual”.
Casei-me no início de 1981. Nesse mesmo ano nascera minha filha Sílvia Beatriz e em 1982 nasceu meu filho, Sílvio Diogo.
De 81 a 83 dividia minha vida entre a universidade e a educação dos meus filhos. Comprava muitos livros para eles, mas à noite as histórias vinham de minha memória. E eu as contava dramatizando, cantando...
Meus filhos foram o maior legado que a vida reservou para mim. Com eles e por eles aprendi a arte de viver. Foram eles que despertaram em mim o olhar atento para o grande espetáculo da vida. Aprendi a olhar e aprendi a ver além. Muito além das aparências.
Em 1986 fiz minha primeira Especialização em Língua Portuguesa. Tive a felicidade de conhecer e de aprender com Eni Orlandi, Eduardo Guimarães, Eugênio Estevam, Maria Luiza Braga, Kanavillil Rajagopalan, Silvana Mabel Serrani. Eles vieram da Unicamp para dar as aulas no Curso. Muitas leituras. Aprendizado e vivência.
Nesse mesmo ano retornei à escola como professora do Ensino Médio. Acompanharam-me Paulo Freire, Rubem Alves, Edgar Morin, Moacir Gadotti, Pedro Demo e tantos outros estudiosos, que sustentaram minha prática pedagógica. Considerando que duas características dos discursos são a dispersão e a polissemia, concebo que conceitos e teorias são fenômenos culturais, socialmente construídos e legitimados. Assim, entendo o conhecimento não como algo a ser possuído, mas algo que se constrói de modo dinâmico e processual. Sendo assim, o rigor e a avaliação na aplicação do procedimento metodológico são fenômenos da ordem da intersubjetividade e estão vinculados à possibilidade de socializar o processo interpretativo.
Minha trajetória profissional tem estado vinculada, durante esses 22 anos, na área de educação, tendo trabalhado em todos os níveis educacionais (Educação Básica e Ensino Superior – Graduação, Projetos de Pesquisa e de Extensão). Atuei com coordenadora pedagógica da área de Língua Portuguesa. Minha experiência de docência é basicamente como professora.
Uma preocupação central em minha trajetória profissional e acadêmica tem sido vinculada à área da prática de leitura e de escrita.
Concebi que, como educadora, torna-se premente a necessidade de fazer perguntas vitais sobre nosso ofício e nosso papel, sobre nosso trabalho e nossa responsabilidade. Um discurso que pretenda uma unificação do pensamento e da perspectiva sobre determinado assunto fecha o campo de significação, tornando restritas as alternativas, fixando e naturalizando o discurso. No entanto, um projeto educativo pode ser sempre outra coisa, pode adquirir outros significados, pode incorporar outros sentidos. É possível fazer outras perguntas, definir outros problemas de outra forma. Assim, nós educadores e educadoras abrimos o campo do social e do político para a produtividade e a polissemia, para a multiplicidade e a produção de novas possibilidades.
No meu entender, a produção do conhecimento é uma atividade de construção, num tempo e espaço definidos, constituidora de uma realidade tanto objetiva quanto subjetiva, e mesmo intersubjetiva. Nesta perspectiva, a realidade é tida como um fenômeno histórico, cultural e dinâmico, e o ser humano é um produto social, ainda que não determinado. Os critérios que utilizamos para descrever, para explicar, para analisar, são produtos de nossas próprias convenções e práticas e são influenciados por nossa subjetividade, não havendo, assim, qualquer possibilidade de neutralidade.
Portanto, a pesquisa se oferece ao exame de suas próprias convenções, pois seu objetivo é dar visibilidade às opções que nela estão refletidas.
A segunda especialização foi em Lingüística Aplicada ao ensino de Língua materna. Mais uma caminhada ao lado de grandes mestres: Doutora Ormezinda Maria Ribeiro, Aya, UnB; Dr. João Bosco e Dr Cleudemar, UFU; Dra Vânia Maria Resende, USP; Dr. Carlos Brandão e tantos outros mestres. Além desses havia Vigotsky, Sírio Possenti, Bakhtin, Barthes, Kleiman...
O trabalho de conclusão foi orientado pela professora Aya. “O texto poético em sala de aula: para além do dizível”. Artigo publicado na Revista Athos&Ethos.
O caminho profissional foi sempre partilhado com a tarefa prazerosa de ser mãe.
Em minha trajetória humana fui Gata Borralheira, Cinderela, Macabéa, Ana Moura, Clarissa, Madalena (Paulo Honório).
Hoje sou mais eu. Eu mesma. A professora Rosa Maria Olimpio. A rosa do alto da serra.
Atualmente trabalho como formadora do GESTAR pela UnB, Brasília. Viajo pelo Brasil levando aos educadores a crença do programa GESTAR, que é chegar aos alunos – crianças como eu fui em minha infância – o acesso ao mundo da cidadania assegurada pela aprendizagem da leitura. Leitura da palavra. Leitura do mundo.
No fino tear do destino, teci um final feliz para a história daquela menina que de sua mais profunda solidão atravessou o rio, as montanhas e se lançou por inteira no mundo da arte, cuja matéria prima está sempre à espera de ser lapidada: a palavra
A poética da palavra como paixão criativa, que gesta discursos provocadores. Recordo-me de uma declaração de Friedrich Nietzsche, em seu livro Humano, demasiado humano: “Há tensão e paixão que caracterizam aqueles que arriscam deslocar-se para lugares desconhecidos, desafiam verdades prontas, movem-se em busca de conhecimentos novos, viajam pelo conhecimento. Aquele que pretende apenas em certa medida alcançar a liberdade da razão não tem durante muito tempo o direito de se sentir sobre a terra, senão como um viajante – e nem sequer como um viajante que se encaminhe para um ponto de chegada; pois este não existe. Terá em vista, isso sim, observar bem e manter os olhos abertos para tudo o que realmente se passa no mundo; [...] é necessário que nele haja sempre algo de viajante, cujo prazer reside na mudança e na passagem”.
Acrescento minha experiência pessoal ao comentário de Nietzsche, com a poesia existencial de Clarice Lispector, e encerro esse memorial.
“Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.”
E creio que, nos caminhos por onde andei, o chão ficou cor-de-rosa.
PRIMEIRA LIÇÃO
Na escola primária
Ivo viu a uva
e aprendeu a ler.
Ao ficar rapaz
Ivo viu a Eva
e aprendeu a amar.
E sendo homem feito
Ivo viu o mundo
seus comes e bebes.
Um dia no muro
Ivo soletrou
a lição da plebe.
E aprendeu a ver.
Ivo viu a ave?
Ivo viu o ovo?
Na nova cartilha
Ivo viu a greve
Ivo viu o povo.
(Lêdo Ivo)
O que chamamos AMOR
" O diamante se constrói
quando o procuramos juntos
no meio da nossa vida
e cresce, límpido, cresce,
na intenção de repartir
o que chamamos de amor."
Thiago de Mello
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Um Poema de SARAMAGO
Intimidade
No coração da mina mais secreta,
No interior do fruto mais distante,
Na vibração da nota mais discreta,
No búzio mais convolto e ressoante,
Na camada mais densa da pintura,
Na veia que no corpo mais nos sonde,
Na palavra que diga mais brandura,
Na raiz que mais desce, mais esconde,
No silêncio mais fundo desta pausa,
Em que a vida se fez perenidade,
Procuro a tua mão, decifro a causa
De querer e não crer, final, intimidade.
José Saramago
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Domingo, 28 de Junho de 2009
Uma leitura de minha infância
O meu pé de laranja lima
José Mauro de Vasconcelos
Uma história triste
É um livro extremamente marcante, comovente e triste. Marcante pela ironia da sua história, comovente pela simplicidade transmitida e com que é escrito e triste pela dor e pelas perdas retratadas. Um livro que eu gostei de ler e que pela sua simplicidade e frontalidade me transmitiu a sua mensagem e sentimentos imiscuídos de uma forma subtil e profunda. Com uma mescla de turbulentas emoções e pequenas conquistas e vitórias, vividas pelas personagens, que vêm ao rubro de forma simples e eloquente em cada palavra, eu senti-me como se também eu participasse na história. Neste livro o mais importante não é os grandes feitos ou qualquer outro acto considerado por nós, na nossa cegueira e egocentrismo, digno e merecedor de importância, mas sim, as pequenas coisas, que no fundo acabam por ser as mais bonitas e importantes; as pequenas vitórias; a dor e a conquista, do mundo real e da vida real, que acabam por ter uma fantasia mais doce e bonita e um misticismo mais profundo, do que as grandes lendas ou histórias, apenas pelo que são.
José Mauro de Vasconcelos conta-nos a história de um menino chamado Zézé, com seis anos, pobre, extremamente inteligente, sensível e carente. Não encontrando na família e nas pessoas a ternura e o afecto de que necessita, Zézé entrega o seu amor às pequenas coisas, mas em especial a Xuxuruca ou Minguinho, o seu pé de Laranja Lima, que se torna o seu grande confessor, amigo e companheiro de brincadeiras. Com Minguinho, Zézé protege-se do mundo real com uma barreira feita de brincadeiras, canções e da doce ilusão da inocência.
Numa tentativa de despertar as pessoas que o rodeiam para a sua presença, ele sai para a rua fazendo asneiras e pregando partidas, o que tem como consequência as enormes e tradicionais "zurras" de que infelizmente é alvo. Zézé vive uma vida triste e pobre, onde consegue encontar a sua luz e felicidade através do seu enorme coração e capacidade para amar e perdoar. Mas este Mundo está prestes a mudar. Zézé acaba por descobrir a ternura e carinho de que tanto necessita com o seu amigo "Portuga", que torna a sua existência agradávell e feliz. No entanto... a história de Zezé é recheada de ironia... Quando finalmente o seu pai volta a ter um emprego capaz de lhe proporcionar uma vida confortável e estável, perde também os seus dois grandes centros e geradores de ternura e felicidade. Zézé descobre o que é a dor da perda e da saudade, perdendo assim também a sua inocência e capacidade de se abstrair do Mundo através de brincadeiras, histórias e pequeninas crenças. "Por que contam coisas às criancinhas?".
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Sábado, 27 de Junho de 2009
Livro do Desassossego
Fragmento 204 - Livro do Desassossego - Fernando Pessoa in Bernardo Soares
imagem: Luis Lobo Henriques
Nuvens... Hoje tenho consciência do céu, pois há dias em que o não olho mas sinto, vivendo na cidade e não na natureza que a inclui. Nuvens... São elas hoje a principal realidade, e preocupam-me como se o velar do céu fosse um dos grandes perigos do meu destino. Nuvens... Passam da barra para o Castelo, de ocidente para oriente, num tumulto disperso e despido, branco às vezes, se vão esfarrapadas na vanguarda de não sei quê; meio-negro outras, se, mais lentas, tardam em ser varridas pelo vento audível; negras de um branco sujo, se, como se quisessem ficar, enegrecem mais da vinda que da sombra o que as ruas abrem de falso espaço entre as linhas fechadoras da casaria.
Nuvens... Existo sem que o saiba e morrerei sem que o queira. Sou o intervalo entre o que sou e o que não sou, entre o que sonho e o que a vida fez de mim, a média abstracta e carnal entre coisas que não são nada, sendo eu nada também. Nuvens... Que desassossego se sinto, que desconforto
quando o procuramos juntos
no meio da nossa vida
e cresce, límpido, cresce,
na intenção de repartir
o que chamamos de amor."
Thiago de Mello
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Um Poema de SARAMAGO
Intimidade
No coração da mina mais secreta,
No interior do fruto mais distante,
Na vibração da nota mais discreta,
No búzio mais convolto e ressoante,
Na camada mais densa da pintura,
Na veia que no corpo mais nos sonde,
Na palavra que diga mais brandura,
Na raiz que mais desce, mais esconde,
No silêncio mais fundo desta pausa,
Em que a vida se fez perenidade,
Procuro a tua mão, decifro a causa
De querer e não crer, final, intimidade.
José Saramago
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Domingo, 28 de Junho de 2009
Uma leitura de minha infância
O meu pé de laranja lima
José Mauro de Vasconcelos
Uma história triste
É um livro extremamente marcante, comovente e triste. Marcante pela ironia da sua história, comovente pela simplicidade transmitida e com que é escrito e triste pela dor e pelas perdas retratadas. Um livro que eu gostei de ler e que pela sua simplicidade e frontalidade me transmitiu a sua mensagem e sentimentos imiscuídos de uma forma subtil e profunda. Com uma mescla de turbulentas emoções e pequenas conquistas e vitórias, vividas pelas personagens, que vêm ao rubro de forma simples e eloquente em cada palavra, eu senti-me como se também eu participasse na história. Neste livro o mais importante não é os grandes feitos ou qualquer outro acto considerado por nós, na nossa cegueira e egocentrismo, digno e merecedor de importância, mas sim, as pequenas coisas, que no fundo acabam por ser as mais bonitas e importantes; as pequenas vitórias; a dor e a conquista, do mundo real e da vida real, que acabam por ter uma fantasia mais doce e bonita e um misticismo mais profundo, do que as grandes lendas ou histórias, apenas pelo que são.
José Mauro de Vasconcelos conta-nos a história de um menino chamado Zézé, com seis anos, pobre, extremamente inteligente, sensível e carente. Não encontrando na família e nas pessoas a ternura e o afecto de que necessita, Zézé entrega o seu amor às pequenas coisas, mas em especial a Xuxuruca ou Minguinho, o seu pé de Laranja Lima, que se torna o seu grande confessor, amigo e companheiro de brincadeiras. Com Minguinho, Zézé protege-se do mundo real com uma barreira feita de brincadeiras, canções e da doce ilusão da inocência.
Numa tentativa de despertar as pessoas que o rodeiam para a sua presença, ele sai para a rua fazendo asneiras e pregando partidas, o que tem como consequência as enormes e tradicionais "zurras" de que infelizmente é alvo. Zézé vive uma vida triste e pobre, onde consegue encontar a sua luz e felicidade através do seu enorme coração e capacidade para amar e perdoar. Mas este Mundo está prestes a mudar. Zézé acaba por descobrir a ternura e carinho de que tanto necessita com o seu amigo "Portuga", que torna a sua existência agradávell e feliz. No entanto... a história de Zezé é recheada de ironia... Quando finalmente o seu pai volta a ter um emprego capaz de lhe proporcionar uma vida confortável e estável, perde também os seus dois grandes centros e geradores de ternura e felicidade. Zézé descobre o que é a dor da perda e da saudade, perdendo assim também a sua inocência e capacidade de se abstrair do Mundo através de brincadeiras, histórias e pequeninas crenças. "Por que contam coisas às criancinhas?".
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Sábado, 27 de Junho de 2009
Livro do Desassossego
Fragmento 204 - Livro do Desassossego - Fernando Pessoa in Bernardo Soares
imagem: Luis Lobo Henriques
Nuvens... Hoje tenho consciência do céu, pois há dias em que o não olho mas sinto, vivendo na cidade e não na natureza que a inclui. Nuvens... São elas hoje a principal realidade, e preocupam-me como se o velar do céu fosse um dos grandes perigos do meu destino. Nuvens... Passam da barra para o Castelo, de ocidente para oriente, num tumulto disperso e despido, branco às vezes, se vão esfarrapadas na vanguarda de não sei quê; meio-negro outras, se, mais lentas, tardam em ser varridas pelo vento audível; negras de um branco sujo, se, como se quisessem ficar, enegrecem mais da vinda que da sombra o que as ruas abrem de falso espaço entre as linhas fechadoras da casaria.
Nuvens... Existo sem que o saiba e morrerei sem que o queira. Sou o intervalo entre o que sou e o que não sou, entre o que sonho e o que a vida fez de mim, a média abstracta e carnal entre coisas que não são nada, sendo eu nada também. Nuvens... Que desassossego se sinto, que desconforto
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